A corrida tem diversos benefícios tanto para a saúde física como mental quando praticada de forma correta e com orientação de profissionais da saúde. “A corrida promove melhora da saúde cardiovascular e do condicionamento físico, colabora com o fortalecimento muscular, ajuda no controle do peso, traz benefícios ao humor e reduz o estresse, além de reduzir risco de doenças crônicas e melhorar a qualidade do sono. Mas é importante lembrar que a corrida pode ser prejudicial ao joelho, quando o paciente apresenta alguma doença na região que não esteja sob controle, quando há sobrepeso ou quando é praticada de forma excessiva e sem orientação.

 

A corrida aumenta muito o impacto sobre o joelho, levando a uma sobrecarga das cartilagens articulares. Desta forma, se houver algum fator limitante ou doença acometendo o joelho, ou ainda sobrepeso deverá ser evitada até ordem médica contrária”, diz o ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), Marcos Cortelazo. “Dependo da intensidade, frequência e duração desta prática, ela pode acelerar ou acentuar o desgaste das articulações de carga com joelhos, coluna, quadris, tornozelos e pés”, explica o médico.

A dor no joelho durante a corrida pode estar relacionada a diversos fatores, dentre eles ao tipo de pisada ou a uma prática com postura inadequada levando a uma pisada errada. “Dentre as principais causas de dor no joelho ao correr podemos relacionar: lesões por uso excessivo, lesões traumáticas, técnica de corrida inadequada, desequilíbrios ou fraquezas musculares, fatores externos como calçados e pisos inadequados, problemas biomecânicos como alterações dos quadris, joelhos e pés e intensidade ou volume de corrida inadequados”, explica o ortopedista.

 



 

Uma das principais dores é conhecida como “joelho de corredor”. “Essa condição também é conhecida como Síndrome de Dor femoropatelar. Ela é comum e causa dor ao redor da patela por conta da pressão aumentada nesta articulação em virtude do impacto ou repetição da flexo-extensão do joelho”, diz o médico. Outras lesões ocasionadas na corrida são: tendinite patelar, fascite plantar, síndrome da banda iliotibial, fraturas por estresse, entorses no tornozelo e lesões musculares.

Como prevenir

Segundo o especialista, o correto para todas as pessoas que querem correr é que associem um fortalecimento muscular adequado, com musculação, para evitar danos aos joelhos e alternarem dias de descanso entre os dias em que praticam a corrida. Em geral, a corrida pode ser praticada em todas as idades, de preferência com acompanhamento adequado de um médico, para que, caso haja alguma contraindicação, o profissional possa detectar.

 

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“Esse cuidado torna-se ainda mais importantes entre os idosos e as crianças e adolescentes. A prática deve ser adequada à idade”, diz o médico. Um exemplo é o caso de artrite. “Quem tem artrite não deve praticar corrida até que a doença de base seja identificada e tratada. Com relação mais especificamente à artrose, vai depender do grau de intensidade da doença para saber se a pessoa pode correr ou não. Aqui, é fundamental a presença de um médico para esta liberação ou não para a corrida. Em todas estas situações é um pré-requisito para a prática da corrida um trabalho de fortalecimento muscular”, diz o especialista.

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No caso da prevenção do joelho de corredor e de outras lesões, o médico explica que o problema pode ser evitado, em linhas gerais, através de um bom fortalecimento muscular dos membros inferiores associado aos alongamentos, prevenindo assim os desequilíbrios musculares, bem como através de um planejamento adequando que evite as sobrecargas dos joelhos. “Adiciona-se aqui a importância também do uso de calçados adequados para a prática da corrida. Vale lembrar sempre a importância de estar cercado de profissionais médicos e educadores físicos para a prática saudável da corrida”, recomenda o ortopedista.

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