A temporada de férias está oficialmente aberta. Com a chegada do mês de julho, famílias se preparam para o tradicional recesso do meio do ano. Seja viajando à praia, ao campo ou ao exterior, a certeza é de encontrar aeroportos, estradas e lugares turísticos com uma movimentação mais intensa do que de costume ou mesmo pontos de aglomeração. A situação já é esperada para o período, mas serve de alerta para  pacientes que estão recebendo quimioterapia.

 

 

Para o médico hematologista Guilherme Muzzi, que é especialista no tratamento de cânceres relacionados ao sangue, a liberação de um paciente para viagens requer uma análise rigorosa. “Todas as pessoas que estão tratando um câncer têm uma característica em comum: a baixa da imunidade. Isso significa que o paciente tem a sua barreira de proteção contra infecções comprometida, fazendo com que ele esteja mais propenso a contrair vírus e bactérias”, explica.

 

Guilherme Muzzi, hematologista

Daniel Mansur/Divulgação
 

 

Cuidados

 

O médico esclarece que na maioria das vezes o ideal é evitar viagens, sobretudo, quando o paciente está recebendo uma quimioterapia mais forte. “Nessa situação a defesa está ainda mais fraca e as chances de acontecerem complicações é grande. No geral, a liberação para passeios longe de casa é incomum. Não vale o risco”. 

 



 

Guilherme Muzzi faz recomendações importantes aos pacientes que são liberados para viagem. “Não viaje de avião. O espaço é restrito, concentra um grande número de pessoas a poucos metros de distância e é um ambiente de difícil socorro caso aconteça algo. Além disso, evite ir para lugares que ficam cheios durante o período de férias escolares. Por fim, é imprescindível evitar aglomerações e espaços fechados. Caso transite por algum desses locais, use máscara e leve consigo álcool em gel”, pontua o médico. 

 

 

O hematologista finaliza esclarecendo como tornar a viagem mais segura. “Prefira distâncias mais curtas. Vá para lugares mais tranquilos, com passeios ao ar livre e que não estejam cheios nesta época do ano. Além disso, o paciente só pode se deslocar caso exista uma rede de apoio para auxílio. As principais recomendações são cuidado e precaução. Proteger-se nunca é demais. Caso possa evitar viagens durante o tratamento do câncer, faça. É mais seguro e previne a ocorrência de riscos desnecessários.”

 




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