No combate às varizes, um problema que afeta milhões de brasileiros, a angiologia se reinventa e se coloca na vanguarda do tratamento da doença oferecendo soluções cada vez mais precisas, eficazes e menos invasivas. A especialização contínua dos profissionais e a incorporação de novas tecnologias têm proporcionado diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.
De acordo com estudos recentes, cerca de 30% da população brasileira apresenta algum grau de varizes. Isso significa que cerca de 60 milhões de pessoas no país sofrem com o problema. A incidência é maior em mulheres, especialmente durante a gravidez e após a menopausa. No entanto, homens também podem ser afetados.
Segundo um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), mais de 529 mil brasileiras foram internadas para tratamento de varizes entre 2013 e 2022. O cálculo aponta que a cada hora, em média, seis mulheres são submetidas a cirurgias para tratamento do problema pela rede pública de saúde.
Entre as últimas inovações destacam-se novas técnicas minimamente invasivas, como a ablação por radiofrequência e a laserterapia endovenosa. Essas técnicas utilizam energia térmica para fechar as veias afetadas, substituindo procedimentos cirúrgicos mais invasivos e reduzindo significativamente o tempo de recuperação dos pacientes.
Equipamentos mais modernos também têm sido introduzidos, como ultrassons de alta resolução, que permitem uma visualização detalhada das veias e facilitam a identificação precisa das áreas problemáticas. Esses dispositivos melhoram a precisão dos diagnósticos e auxiliam na escolha do tratamento mais adequado para cada caso.
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Além disso, softwares aprimorados desempenham um papel crucial no planejamento e execução dos tratamentos. Programas de imagem tridimensional e simulação de procedimentos ajudam os médicos a antecipar resultados e adaptar estratégias terapêuticas, garantindo maior eficiência e segurança.
Para a especialista em cirurgia cascular pela SBACV, Camila Caetano, os benefícios dessas inovações são evidentes para os pacientes. “Com maior precisão nos diagnósticos e tratamentos, os procedimentos se tornam mais rápidos e menos dolorosos. A recuperação é mais rápida, permitindo que os pacientes retornem às suas atividades cotidianas em menos tempo. Os resultados também são mais duradouros, reduzindo a necessidade de intervenções repetidas”, ressalta.
“Em resumo, os avanços tecnológicos na angiologia têm transformado o tratamento de varizes, proporcionando melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes. Com a continuidade do desenvolvimento tecnológico, espera-se que eles se tornem ainda mais eficazes e acessíveis no futuro”, destaca a cirurgiã vascular.
A especialista explica que, quando há indicação cirúrgica, o cirurgião vascular precisa recomendar o melhor tratamento de acordo com a necessidade do paciente. “Independentemente da classificação de gravidade das varizes, ter um acompanhamento médico é essencial para evitar a evolução da doença.”
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Estudos indicam que, no mundo, 80% da população pode chegar a ter estágios leves de doença venosa, 20% a 64% podem evoluir para graus mais altos e, entre 1% e 5% chegam a casos severos. Entretanto, no Brasil, o último estágio varia entre 15% a 20%.
A angiologia se consolida como uma área em constante evolução, utilizando a tecnologia para oferecer soluções inovadoras no combate às varizes. Com técnicas cada vez mais precisas, equipamentos modernos e softwares aprimorados, os pacientes podem contar com diagnósticos mais precisos, tratamentos eficazes e uma recuperação mais rápida, desfrutando de um melhor bem-estar e qualidade de vida.