Em condições normais, o fungo que causa a candidíase não causa problemas. Entretanto, quando ocorre uma superpopulação, a doença se manifesta. Esse patógeno em potencial está presente em várias regiões do corpo humano como vagina, boca, intestino e unhas.



Na vagina, colonizada por lactobacilos que impedem a multiplicação de outros germes, o quadro de candidíase ocorre quando há um desequilíbrio desse microbioma provocado, principalmente, por gravidez, diabetes, uso de corticoides, antibióticos e estresse.

 

 

Sintomas

 

Entre os sintomas mais comuns da candidíase estão coceira intensa intra-vaginal e vulvar, além de um corrimento branco esverdeado em grumos - pequena porção de matéria coagulada, geralmente viscosa. Essa condição causa grande desconforto devido aos sintomas irritativos e inflamatórios.

 

 

Tratamento

 

O tratamento tradicional envolve o uso de antifúngicos por via oral ou intravaginal. Em casos simples, esquemas de dose única podem ser eficazes. Contudo, em casos mais graves ou recorrentes, é necessário um tratamento de 7 a 14 dias, associando as vias oral e vaginal.

A prevenção passa pela eliminação dos fatores de risco, e em situações de repetição frequente, pode ser usado um tratamento profilático por 3 a 6 meses.

Entre os tratamentos mais promissores e recentes está a esponja intravaginal, criada por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O dispositivo, ainda indisponível no mercado, é impregnado com antifúngicos de liberação controlada, permitindo um tratamento mais direto e prolongado. A esponja garante uma distribuição uniforme do medicamento, aumentando sua eficácia e reduzindo os desconfortos associados aos tratamentos convencionais.

"O equilíbrio da flora vaginal é essencial para prevenir infecções como a candidíase. Entender os fatores de risco e adotar medidas preventivas pode fazer uma grande diferença na saúde íntima feminina," afirma Eduardo Cunha, médico e membro da diretoria da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig).

O especialista ainda esclarece que uma dieta rica em carboidratos é um dos fatores que podem predispor ao aparecimento da doença, assim como o uso de roupas de tecido espesso, que reduzem a ventilação. 

Impacto na saúde reprodutiva

Embora a candidíase seja extremamente incômoda, ela não causa repercussões futuras na saúde reprodutiva. No entanto, no caso de gestantes, existe a possibilidade de associação da doença com parto prematuro, embora isso não esteja totalmente comprovado. “É crucial que as mulheres busquem tratamento adequado e consultem regularmente seus ginecologistas para evitar complicações”, esclarece o médico.


 

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