O Brasil registrou 386.813 divórcios em 2022, segundo dados do IBGE. Destes, 54,2% foram entre casais com filhos menores. O percentual  de mulheres responsáveis pela guarda das crianças foi de 50,3%, enquanto a guarda compartilhada aconteceu em 37,8% dos casos. Nesse cenário, pensar em como preservar os filhos é fundamental.

Segundo a  empresária e advogada Andressa Gnann, é importante que casais cujo relacionamento não deu certo procurem manter o respeito mútuo para preservar os filhos. “Ainda que eles não consigam mais conviver como marido e mulher, terão para sempre um elo como pais, por isso as decisões e atitudes devem ser tomadas de forma a preservar tanto os adultos quanto as crianças, principalmente”, afirma.



 

De acordo com a especialista, é muito comum que, acontecendo um divórcio, o ex-casal passe a usar os filhos como moeda de troca, fazendo chantagens, ameaças e também ofendendo um ao outro. “Nestes casos, percebemos que na maioria das vezes não existe um cuidado real com as crianças. Se ambos desejam o melhor para os filhos, é fundamental que passem a agir de forma sensata para realizar os melhores acordos e principalmente, demonstrar aos filhos sobre respeito. Neste Dia dos Pais, tenho certeza que o melhor presente para filhos de pais separados é que o ex-casal passe a se tratar com respeito para que toda a situação se torne mais harmoniosa e principalmente para que os filhos se desenvolvam de forma saudável”, diz Andressa Gnann.

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A advogada acredita que o primeiro sinal de respeito mútuo para a preservação dos filhos é preparar a forma de conversar com as crianças sobre o divórcio. “Tudo pode ser feito de forma mais tranquila ou de forma agressiva e traumática, por isso a opção escolhida será determinante para tudo que virá adiante. O fundamental é que os filhos se sintam amados e que uma boa comunicação aconteça, principalmente evitando farpas, insultos e grosserias entre os pais. Criticar o pai ou a mãe, não irá beneficiar ninguém, apenas fará com que o divórcio seja ainda mais difícil, principalmente para a criança, afinal, nenhuma criança quer ter pais ruins”, explica a sócia do Gnann e Souza Advogados.

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Andressa Gnann dá sugestões para o casal manter o respeito mútuo após o divórcio:

- Mantenha a comunicação clara e direta, evitando ofensas, gritos, acusações e ironias

 

- Defina limites sobre o que é ou não aceitável dentro da nova configuração

 

- Foque no bem-estar das crianças, evitando falar mal do ex-parceiro ou parceira na frente delas

 

- Tente entender o ponto de vista do outro, exercitando a empatia

 

- Cuide de si mesmo para estar mais equilibrado emocionalmente

 

- Desde quando decidir separar, faça terapia familiar, ex-casal e filhos. O profissional irá auxiliar a conduzir da melhor forma todo o período

 

- Esqueça o que passou enquanto casal. O (a) ex pode não ter sido um bom (boa) parceiro (a), mas continuará sendo pai/mãe dos seus filhos e nenhum filho quer ter “pais ruins”

 

- Fale apenas o necessário sobre as crianças, principalmente se a comunicação estiver difícil

 

- Estabeleça a pensão alimentícia judicial desde o início. Acordo de boca não tem validade alguma

 

- Estabeleça a guarda e o regime de convivência desde o início. Isso evitará anos e anos de discussões

 

- Tenha sempre uma equipe especialista composta por advogado e psicólogo. Esse é o primeiro passo para um recomeço saudável

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