A agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), aprovou, na última segunda-feira (29), um exame de sangue para ser usado no rastreamento do câncer colorretal entre adultos de risco médio com 45 anos ou mais.
É o primeiro teste de sangue a ser aprovado pelo FDA para triagem primária da doença, e estará junto com exames como colonoscopia, colonoscopia virtual (feita com o equipamento de tomografia computadorizada), sigmoidoscopia (que examina a parte inferior do intestino com auxílio de medicamento). O câncer colorretal é a segunda causa mais comum de mortes por câncer no Estados Unidos, segundo dados da America Cancer Society.
Já no Brasil, estima-se que 704 mil novos casos de câncer a cada ano no país durante o triênio 2023-2025, sendo que 70% dos casos estão previstos para as regiões Sul e Sudeste.
“O teste, que tem uma taxa de precisão para detecção de câncer de cólon semelhante aos testes de fezes usados para detecção precoce de câncer, pode oferecer uma alternativa para pacientes que, de outra forma, podem recusar as opções atuais de triagem”, informou o comunicado da empresa responsável pelo teste, Guardant Health.
Aprovação do teste
Cerca de 83% dos participantes que foram diagnosticados com câncer colorretal por colonoscopia apresentaram resultado positivo para a doença no teste. Outros 17% apresentaram resultado falso negativo.
O teste apresentou uma eficácia de 88% na detecção de câncer colorretal em estágio I, II ou III, mas apenas 13%, na detecção de lesões pré-cancerígenas.
Pólipo
Segundo o oncologista brasileiro Márcio Almeida, cerca de 98% dos casos de câncer são o adenocarcinoma. “Esse câncer é o mais comum e se desenvolve do pólipo, uma 'verruguinha' que dá no intestino, que era um adenoma simples, pequeno, que não foi tratado e começou a crescer até se tornar um câncer”, explica.
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Por isso, segundo ele, o ideal é que a doença seja diagnosticada antes do início dos sintomas, na identificação do pólipo pela videocolonoscopia.
Como a doença não dá sinais no início, o exame a cada cinco anos é essencial para o diagnóstico precoce, segundo o oncologista. É necessário que ele seja feito partir dos 45 anos de idade, em homens e mulheres, e mais cedo para pacientes com histórico familiar.