“Vibrador é diversão, mas é um poderoso instrumento de terapia”, ressalta a fisioterapeuta pélvica e embaixadora da A Sós, Andreia Magalhães. Ainda pouco discutido em diversas vertentes da sociedade, o uso de vibradores é um assunto repleto de tabus e preconceitos, mas o que muitos não sabem, é que o aparelho é uma poderosa ferramenta para auxiliar na saúde da mulher.


Existe uma controvérsia quanto à criação dos vibradores. Não se sabe exatamente a data em que o aparelho foi criado, mas historiadores acreditam que foi no início do século XIX, porém, há uma discussão em aberto. Alguns contam que médicos criaram o aparelho para combater a "histeria feminina", estimulando o orgasmo em consultório, e outros falam que o aparelho foi criado para massagear outras partes do corpo e, no fim, as mulheres descobriram que poderiam chegar ao clímax usando a vibração proporcionada pelo equipamento.

 

Independentemente de como foi criado, o importante é que o “sex toy” não é apenas um instrumento de prazer, mas também um poderoso assistente para a saúde feminina. Entre os benefícios estão: aumento do prazer e excitação sexual, alívio do estresse e tensão, melhoria na saúde sexual – ajuda as mulheres a se sentirem confortáveis com seus corpos, no alívio da dor menstrual, na melhoria da qualidade do sono e autoconhecimento.

 

Leia também: Orgasmo em três minutos: Ingrid Guimarães lança o próprio vibrador

 


Segundo a fisioterapeuta pélvica, é preciso entender que a vibração pode ser sentida por todo o corpo, que possui mecanorreceptores que percebem a vibração por toda a pele. "A vibração no corpo traz maior circulação sanguínea na região, ativação sensória e relaxamento." Ela recomenda experimentar o vibrador em diferentes partes do corpo, antes de pensar em usar em zonas erógenas, e sentir sensações diferentes.

 

“Nas partes mais sensíveis e na região íntima, por ativar as terminações nervosas e trazer maior aporte sanguíneo, ele é capaz de melhorar a sensibilidade, estimular a ereção do clitóris e acelerar o processo de excitação."

 

Leia também: Mitos e verdades sobre o orgasmo durante a menopausa

 

Não existe um manual sobre o jeito correto de usar o vibrador, porque nenhum corpo responde ao prazer igual ao outro. O prazer depende de estímulos físicos, mas também depende das próprias fantasias e da história individual de cada mulher. “O orgasmo é um somatório das sensações; quanto mais sensações colocarmos na nossa bagagem, maior será a sensação final”, conta.

 



 


Andreia ressalta que apesar de não ter um jeito certo de usar, é recomendável variar os tipos de estímulos, a frequência da regulagem da vibração, a sequência dos toques, os movimentos, os pensamentos, as fantasias. "A variação é a grande aventura."

 

Mitos e verdades sobre os vibradores


O assoalho pélvico é composto de músculos estriados, iguais a qualquer outro músculo do corpo, que são fortalecidos com exercícios em academia ou outro exercício, portanto, para seu fortalecimento, são necessários exercícios ativos e não vibração. Os vibradores têm muitos benefícios, porém, não auxiliam no fortalecimento do assoalho pélvico. A única forma de fortalecimento seria fazer ativamente a contração e relaxamento dessa musculatura. Para um treino efetivo e individualizado o ideal seria realizar sessões de fisioterapia pélvica.


Mais de um quarto das mulheres têm a musculatura pélvica tensionada. Isso não significa que ela é forte, significa que está encurtada, tensa e enfraquecida. “O que mais precisamos é de relaxar ao invés de contrair, já que vivemos mais que contraídas no nosso dia a dia” comenta a fisioterapeuta pélvica uroginecológica e terapeuta sexual, Laís Gonçalves.


“O vibrador faz isso por nós. Já que traz mais sangue pra área e melhora a sensibilidade, ele é capaz de relaxar a tensão muscular da região íntima e de qualquer outro músculo do corpo e pode ser usado à vontade”.


O sex toy pode ser utilizado além do prazer, como um forte aliado às dores na relação, junto com outros recursos, por possuir efeito de relaxamento muscular. “A vibração estimula a circulação sanguínea na região melhorando a vascularização e consequentemente uma melhora da hidratação e lubrificação local”, conclui a especialista.

compartilhe