É importante abordar a neurodivergência com os filhos de maneira natural, seja durante uma refeição ou em conversas do dia a dia -  (crédito: Freepik)

É importante abordar a neurodivergência com os filhos de maneira natural, seja durante uma refeição ou em conversas do dia a dia

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Compreender o funcionamento daqueles que não se enquadram nos padrões convencionais exige esforço, mas é essencial para reduzir o sofrimento e promover o desenvolvimento. Indivíduos neurodivergentes - cujo funcionamento neurológico ou desenvolvimento cognitivo se desvia do que é considerado típico ou padrão - são considerados, por exemplo, quando condições como transtorno do espectro autista (TEA), transtorno opositor desafiador (TOD), dislexia e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), se manifestam.

 

Educadora parental, psicopedagoga, mestre em comunicação social e mãe atípica, Andreia Rossi destaca que é importante abordar a neurodivergência com os filhos de maneira natural, seja durante uma refeição ou em conversas do dia a dia. "Precisamos naturalizar a neurodivergência para que o caminho seja mais tranquilo e respeitoso para as famílias", afirma Andreia Rossi.

 

 

Para ajudar no processo, a especialista aponta três importantes passos que contribuem para o desenvolvimento da criança e para a família. De acordo com ela, o primeiro passo é abrir espaço para o diálogo. Assim, as famílias podem expressar seus sentimentos sem medo de julgamentos. O segundo seria a validação da neurodivergência.

 

"Se como sociedade estamos avançando na validação da diversidade de gênero, raça, sexo, religiosidade e cultura, incluir a neurodiversidade também é fundamental para respeitarmos o ser humano em sua totalidade", argumenta.

 

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Andreia Rossi também destaca a necessidade de fortalecer o potencial das crianças neurodivergentes, tornando suas dificuldades mais leves através de um manejo humanizado e acolhedor.

 

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"Ao contar ao seu filho que ele é neurodivergente, procure ser honesto e claro, utilizando uma linguagem que ele compreenda. Explique que a neurodivergência é apenas uma forma diferente de funcionamento e que isso é parte do que o torna único. Se o mundo fosse predominantemente composto por pessoas mudas, certamente os poucos que falassem estariam em desvantagem ou desconfortáveis com o silêncio. Nesse sentido, vale pensar se a dificuldade em conviver com a neurodivergência está no indivíduo ou na sociedade”, questiona a especialista.