É importante conversar com o dermatologista para incluir a terapia com gelo da melhor forma na rotina -  (crédito: Freepik)

É importante conversar com o dermatologista para incluir a terapia com gelo da melhor forma na rotina

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De atores a atletas, vira e mexe aparece no feed do Instagram alguém desafiando o corpo – e a mente – para entrar em uma banheira com gelo. A prática milenar ganhou adeptos, com benefícios para a recuperação muscular, a circulação e a melhora do humor. Mas e a pele, que tem contato direto com esse gelo? É beneficiada ou danificada?

 

“É importante ter noção da temperatura da água, que não deve ser abaixo de zero. E a exposição não pode ser muito longa, com o corpo imerso por no máximo quatro minutos. Nessas condições, a crioterapia pode ser benéfica também para a pele”, explica a dermatologista, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mônica Aribi. “Em suma, ao contrair os vasos sanguíneos e aumentar a circulação, a prática reduz a inflamação e o tamanho dos poros”, complementa a médica.

 

A pesquisa moderna apoia os benefícios fisiológicos da terapia com água fria, incluindo melhora da circulação, função imunológica e saúde mental. “Especificamente para a saúde da pele, foi demonstrado que a terapia com água fria reduz a inflamação, regula a produção de sebo, reduz o tamanho dos poros e propicia uma tez mais saudável”, explica Mônica.

 

Quando exposto a águas geladas, a taxa metabólica do corpo aumenta significativamente (em 350%) para gerar calor e manter a temperatura central do corpo. “Isso é acompanhado por um aumento substancial nas concentrações plasmáticas de noradrenalina e dopamina, que desempenham papéis fundamentais na resposta do corpo ao estresse e na regulação do humor, o que melhora indiretamente a pele, ao reduzir problemas relacionados ao estresse. A liberação de norepinefrina ajuda a modular a produção de sebo”, explica a dermatologista.

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A terapia aumenta a circulação sanguínea através da vasoconstrição e subsequente vasodilatação. “Isso melhora o fornecimento de nutrientes e oxigênio à pele, reduzindo a inflamação e proporcionando um brilho fresco. Alguns estudos mostram benefícios para a síntese de colágeno, ao neutralizar os fatores de estresse que afetam negativamente a sua síntese. Também há o benefício de reduzir de olheiras e promover a drenagem linfática, reduzindo o inchaço para uma aparência mais jovem”, destaca a especialista.

A terapia com água fria pode ser integrada à rotina de cuidados com a pele por meio de várias técnicas simples. “Não necessariamente precisamos de uma banheira para isso. Se a intenção for fechar os poros e desinchar a pele, começar o dia com um jato de água fria no rosto pode ajudar. Massagens com cubos de gelo enrolados em um pano limpo também são indicadas. Além disso, mergulhar o rosto em água gelada por curtos intervalos pode reduzir o inchaço, melhorar o tom da pele e minimizar o aparecimento de poros. Porém, o efeito é momentâneo. Não é um tratamento dermatológico que resolve o problema”, diz a médica.

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No entanto, Mônica lembra que é importante abordar a terapia com água fria com cautela, especialmente para pessoas com problemas cardiovasculares. “Além disso, o tempo de exposição deve ser avaliado. O contato do rosto com a água com gelo deve ser feito em alguns segundos e não mais do que uma vez ao dia. É importante ressaltar que abusos podem causar queimadura e descamação na pele. O melhor a fazer é conversar com o dermatologista para incluir a terapia com gelo da melhor forma na rotina”, recomenda.