Imagem microscópica de inseminação artifical. -  (crédito: TJMG/Divulgação)

Através de procedimentos, como a inseminação artificial, o sonho da maternidade pode ser alcançado mesmo após a queda natural da fertilidade

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A Reprodução Humana Assistida é uma alternativa para quem possui dificuldades em engravidar, casais LGBTQIAPN+, pessoas que desejem gestação solo, mulheres que planejam ter filhos mais tarde e pacientes oncológicos. E, ao dar início a essa jornada, é preciso avaliar uma série de fatores com o especialista escolhido para decidir o método mais adequado. A inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV) são os procedimentos mais conhecidos, no entanto é válido destacar que ambos diferem em processos e realização.

 

“A escolha entre FIV e IA é altamente personalizada e depende de vários fatores, incluindo a causa relacionada à infertilidade, a idade da mulher e as preferências do casal. A orientação de especialistas em fertilidade é fundamental para determinar o caminho mais adequado”, relata Larissa Matsumoto, ginecologista e especialista em Reprodução Assistida da Vida Bem Vinda.

 

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é estimado que cerca de 35% dos casos de infertilidade estão relacionados à mulher, cerca de 35% estão relacionados ao homem, 20% a ambos e 10% são provocados por causas desconhecidas. Dados da Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (Redeclara) apontam que o Brasil é o líder no ranking de fertilização in vitro, inseminação artificial e transferência de embriões, além de concentrar 40% de todos os centros de reprodução assistida da América Latina.

 


Principais diferenças

 

A fertilização in vitro e a inseminação artificial representam abordagens distintas no tratamento da infertilidade e suas principais diferenças estão nos processos de fertilização e na forma como as etapas são realizadas. Na primeira, pode-se usar tanto o óvulo da paciente, quanto um de doação. "Com isso, fertilizamos o óvulo com espermatozoides em laboratório, aguardamos a formação de embriões e inserimos o embrião no útero da mulher, após o preparo adequado do endométrio", explica Larissa. 

 

A FIV é geralmente recomendada em casos de problemas mais complexos de fertilidade, como baixa reserva ovariana, obstrução tubária, endometriose grave ou baixa qualidade dos espermatozoides, quando há indicação de análise genética dos embriões ou em casos de mulheres com mais de 38 anos. “É válido ressaltar que existem ainda outros diversos motivos que podem influenciar nessa decisão. Por essa razão, o acompanhamento médico adequado é essencial para garantir que o tratamento seja personalizado para atender às necessidades e contextos únicos”, afirma.


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Por outro lado, a IA é uma abordagem considerada menos invasiva. Envolve uma estimulação ovariana leve, opcional para aumentar a produção de óvulos. O esperma é coletado, preparado em laboratório e introduzido diretamente no útero durante o período fértil da mulher. A alternativa é frequentemente recomendada para casais, em que as mulheres tenham menos de 38 anos, com irregularidades na ovulação ou com leves comprometimentos na qualidade do sêmen e também para casais homoafetivos feminino. 

 

Qual o melhor método?

 

Determinar a melhor técnica de Reprodução Humana Assistida requer uma abordagem individualizada, levando em consideração vários fatores. "Compreender a causa da infertilidade é crucial", destaca a especialista. 

 

Larissa explica que a idade da mulher é um ponto de extrema atenção nesse processo, já que a fertilidade feminina começa a declinar após os 30 anos, com uma queda mais acentuada, tanto na qualidade quanto na quantidade, aos 35 anos e um declínio significativo aos 40 anos. 

 

“Cada caso é único, e a escolha entre FIV e IA deve ser feita com base em uma análise cuidadosa e personalizada. O aconselhamento de especialistas em fertilidade desempenha um papel importante nesse processo, ajudando os casais a tomar decisões com base em informações relevantes, e que influenciam o resultado, aumentando suas chances de sucesso”.