Transição das férias para o período escolar pode ser desafiadora devido às mudanças na rotina -  (crédito: Freepik)

Transição das férias para o período escolar pode ser desafiadora devido às mudanças na rotina

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O retorno às aulas após as férias é um momento marcado por sentimentos mistos. Por um lado, há a excitação de reencontrar amigos e professores e de retomar o aprendizado. Por outro, esse período pode ser acompanhado de estresse e ansiedade, tanto para estudantes quanto para seus pais. A volta à rotina escolar exige adaptação e pode trazer à tona preocupações relacionadas ao desempenho acadêmico e à gestão do tempo.

Segundo o doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna, que oferece pós-graduação e forma psicólogos, Danilo Suassuna, a transição das férias para o período escolar pode ser desafiadora devido às mudanças na rotina. “Durante as férias, os horários tendem a ser mais flexíveis, com menos compromisso com horários rígidos. Para facilitar esse retorno, é fundamental estabelecer rotinas saudáveis antes mesmo do início das aulas”, sugere.

 

Um dos passos mais importantes, conforme o especialista, é ajustar gradualmente os horários de dormir e acordar. A recomendação é que, uma semana antes do início das aulas, os horários sejam gradualmente modificados para se aproximar da rotina escolar. Isso ajuda o corpo a se adaptar e reduz a resistência que é comum no primeiro dia de aula.

Além disso, de acordo com Danilo Suassuna, é essencial preparar um espaço dedicado ao estudo. “Um ambiente organizado, silencioso e livre de distrações pode melhorar a concentração e a produtividade. É importante que o local seja bem iluminado e equipado com todo o material necessário para as atividades escolares”, aconselha.

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O doutor em psicologia também ressalta a necessidade da criação de um cronograma com horários fixos para a criança ou adolescente estudar, se alimentar, praticar atividades físicas e descansar. “Isso ajuda a reduzir a ansiedade, pois eles saberão exatamente o que esperar e quando. A regularidade nas atividades proporciona uma sensação de segurança e controle”, afirma Danilo Suassuna.

Outras estratégias para  lidar com o estresse e a ansiedade na volta às aulas:

- Alimentação balanceada: o retorno às aulas é um bom momento para retomar uma dieta balanceada, rica em nutrientes que favorecem a concentração e o bem-estar emocional. “Estudos indicam que uma dieta rica em frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais está associada a um melhor desempenho cognitivo e menor incidência de sintomas depressivos”, explica Danilo Suassuna.

 

- Atividade física regular: segundo o especialista, a atividade física não apenas melhora a saúde física, mas também é uma poderosa aliada na redução do estresse e da ansiedade.

 

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- Técnicas de gerenciamento de tempo: a gestão eficiente do tempo é uma habilidade que pode aliviar significativamente o estresse associado ao retorno às aulas, já que a falta de organização pode levar à procrastinação e ao acúmulo de tarefas, o que aumenta a sensação de sobrecarga.

 

- Planejamento semanal: reservar um momento no início da semana para organizar todas as tarefas e compromissos pode fazer diferença.

 

- Divisão de tarefas: outra estratégia importante, de acordo com Danilo Suassuna, é a divisão de tarefas maiores em partes menores. “Grandes projetos podem ser intimidadores, mas ao dividi-los em etapas menores, tornam-se mais gerenciáveis”, afirma.

 

- Importância de um suporte emocional: o suporte emocional é um componente essencial para lidar com o estresse e a ansiedade do retorno às aulas. Este suporte pode vir de várias fontes, como familiares, amigos, professores e profissionais de saúde mental.

 

- Envolvimento dos pais e responsáveis: Danilo Suassuna lembra que muitas crianças e adolescentes podem sentir medo de ficar longe da família, especialmente após um período prolongado de convívio durante as férias. “É essencial que os pais estejam presentes e ofereçam segurança emocional, reforçando que estarão disponíveis para ajudar com qualquer dificuldade que surja.”