Cirurgias plásticas são sempre desafiadoras, sejam reparadoras ou não -  (crédito: Freepik)

Cirurgias plásticas são sempre desafiadoras, sejam reparadoras ou não

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A cirurgia plástica é parte da vida dos brasileiros. No prazo de um ano, são realizadas por profissionais especializados, aproximadamente, 630 mil cirurgias plásticas no território nacional. Destas, 73% são intervenções estéticas e 27% reparadoras. O Brasil é o país com o maior número de realizações de cirurgias plásticas no mundo. Com aproximadamente 1.5 milhões de cirurgias ao ano, o país ultrapassa os Estados Unidos e o México, em segunda e terceira posição, respectivamente. É o que revela estudo de 2023 que reuniu dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

 

Cirurgias são sempre desafiadoras, sejam reparadoras ou não. O mercado promissor em que se tornou a cirurgia plástica, principalmente com fins estéticos, não afasta dos médicos o dever ético de tratar a medicina como atividade essencial à vida humana. Para exercê-la, o profissional, além de ser ético, competente e qualificado, deve atuar incansavelmente no zelo do bem-estar de seus pacientes.

 

 

A cirurgia plástica atua na reconstituição de tecidos e funções comprometidas a partir de sequelas provocadas por acidentes, em áreas atingidas por retiradas de tumores, em áreas de queimaduras graves, assim como na recuperação de pacientes após traumas graves, como acidentes que resultam em deformações significativas ou quaisquer questões que afetam a funcionalidade ou a aparência física. 

 

“Esses procedimentos não são apenas estéticos, mas também auxiliam na restauração dos tecidos danificados, recuperando a função dos membros ou órgãos afetados, proporcionando restabelecimento físico e emocional aos pacientes”, pontua o cirurgião plástico e membro titular da SBCP, Eduardo Sucupira.

 

Para cada tipo de demanda, existem técnicas modernas e específicas, como enxertos de pele, retalhos cutâneos, musculares ou ósseos, microcirurgia para confecção de retalhos livres e reimplantes de extremidades, e ainda recursos associados à regeneração tecidual.

 

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A cirurgia plástica não é somente estética ou exclusivamente reparadora. Princípios de cirurgia plástica são aplicados indistintamente para ambos os fins, reparadores ou estéticos, intrinsecamente conectados. "A cirurgia plástica repara a dor das pessoas. Algumas intervenções sem dúvida merecem destaque, como na reparação da gigantomastia, das mamas gigantes, uma cirurgia simbólica, pois remove o peso, a vergonha, a sensação de desprezo, a falta de autoestima, a dor. Restaura a condição da mulher, uma vez que as mamas representam um papel de forte simbolismo para a sociedade a sexualidade, a feminilidade, a maternidade. A intervenção cirúrgica não só melhora a estética, mas também recupera a vida minimamente saudável e funcional para esses pacientes", reforça o especialista.

 

De acordo com dados recentes divulgados pela SBCP, 40% das cirurgias plásticas realizadas no Brasil são eminentemente reparadoras.Algumas cirurgias plásticas são viabilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), desde que tenham objetivos que não sejam puramente estéticos. Essas intervenções têm como objetivo a correção de deformidades congênitas (ao nascimento) e/ou adquiridas (traumas, alterações do desenvolvimento, pós cirurgia oncológica, acidentes e outros), devidamente reconhecidas, ou ainda quando existem déficits funcionais parciais ou totais, cujo tratamento exige recursos técnicos de cirurgia plástica, sendo consideradas tão necessárias quanto quaisquer outras intervenções cirúrgicas.

 

Atualmente, os principais procedimentos cobertos pelo SUS são: reconstituição de lábio leporino; cirurgia de mudança de sexo; abdominoplastia (correção da flacidez e redução da pele do abdome após perda de peso); otoplastia (correção de orelhas de abano); gigantomastia (redução das mamas muito aumentadas); ginecomastia (crescimento anormal das mamas em homens); reconstrução das mamas, após tratamento do câncer; deficiências ou deformidades no rosto; e queimaduras que resultaram em deformações.

 

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A importância da integração dessas duas disciplinas para proporcionar cuidados abrangentes aos pacientes é inquestionável. “Embora a cirurgia plástica estética e reconstrutora possam parecer representar papéis distintos, na verdade a cirurgia plástica por concepção engloba o caráter estético e reconstrutor”, ressalta.

 

Além disso, cirurgiões plásticos com formação clássica possuem habilitação para atuar utilizando-se de princípios técnicos básicos à  reconstrução, bem como à estética, para alcançar resultados adequados e naturais.

 

“A estética está presente em todos os gestos do cirurgião plástico, já que sempre buscamos restaurar contornos naturais com formas apreciadas pelos pacientes e pela sociedade. Como o professor Pitanguy ressaltava, todos nós temos o direito à beleza, mas é essencial lembrar que ela não existe sem saúde”, menciona Eduardo Sucupira.