Evite alimentos de difícil digestão. O refluxo gástrico tem uma acidez que prejudica a garganta. O ideal é comer alimentos saudáveis, mastigar bem e não ficar muito tempo em jejum.  -  (crédito: Anastasia gepp pixabay)

A gastrite nervosa, associada ao estresse e ansiedade, pode aumentar o risco de compulsão alimentar

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De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 4,7% dos brasileiros sofrem de compulsão alimentar, quase o dobro da média global, que é de 2,6%. O distúrbio é caracterizado pela ingestão excessiva de alimentos em um curto período, sem que haja fome ou necessidade física evidente.

 

A endoscopista e cirurgiã digestiva do Hospital Semper Bárbara Mascarenhas ressalta que a gastrite nervosa, associada ao estresse e ansiedade, pode aumentar o risco de compulsão alimentar. "Pessoas com esse transtorno recorrem à comida para lidar com emoções negativas, o que agrava os sintomas da gastrite nervosa, uma doença crônica relacionada ao estresse emocional, caracterizada por sintomas como dor abdominal e plenitude pós-prandial (sensação de saciedade prolongada após as refeições)", afirma.

 


 

Ela revela que a gastrite nervosa, também chamada de “dispepsia funcional” pelos médicos, é algo bastante comum nos dias de hoje, especialmente devido ao estilo de vida agitado que muitas pessoas levam. “Embora não sejam causas diretas, a ansiedade e o estresse emocionais resultantes da correria diária podem piorar esses sintomas abdominais já que existe uma conexão próxima entre o intestino e o sistema nervoso, conhecida como eixo intestino-cérebro, onde o estresse emocional pode desencadear ou intensificar sintomas intestinais como dor e desconforto”, destaca.

 


Em relação ao diagnóstico da doença, a médica explica que ele geralmente começa com uma conversa detalhada com o paciente para entender os padrões de sintomas apresentados, uma vez que é necessário realizar uma investigação inicial que pode incluir exames de sangue ou até mesmo uma endoscopia. É importante destacar que a endoscopia não confirma o diagnóstico de dispepsia, por isso não é sempre indicada para todos os pacientes. "No entanto, ela deve ser considerada em casos graves ou com sinais de alerta, como perda de peso, sangramento, histórico familiar de câncer, para descartar outras condições como úlceras, refluxo gastroesofágico, lesões agudas ou câncer”, ressalta Bárbara.

 

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A endoscopista destaca que o tratamento da gastrite nervosa inclui controle dos sintomas, mudanças no estilo de vida e manejo da ansiedade. “Em pacientes que persistem com sintomas mesmo após a medicação inicial, podemos associar medicação para neuromodulação e controle dos distúrbios de ansiedade, como os antidepressivos em dose baixa. Em algumas situações, encaminhamos os pacientes para terapias alternativas como psicoterapia ou acupuntura, que têm mostrado boa resposta em determinados casos”, explica.

 


Bárbara dá algumas dicas para aqueles que desejam prevenir a doença. “Ter uma alimentação saudável, rica em fibras e nutrientes, e realizar mastigação adequada, além de praticar atividade física regularmente, são fundamentais para a prevenção”.