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Fumantes podem fazer cirurgia plástica? Especialista alerta para os riscos

O médico Josué Montedônio explica as complicações e cuidados necessários para fumantes que desejam realizar procedimentos estéticos

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A realização de cirurgias plásticas por fumantes é um tema que gera muitas dúvidas e preocupações. Enquanto a busca por melhorias estéticas é compreensível, o hábito de fumar pode acarretar sérios riscos durante e após os procedimentos cirúrgicos. Josué Montedônio, especialista em cirurgia plástica, explica as principais complicações e cuidados necessários para fumantes que desejam se submeter a cirurgias plásticas.

"Fumar compromete significativamente a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos. Isso pode afetar a cicatrização, aumentar o risco de infecções e levar a complicações graves durante e após a cirurgia", alerta  Montedônio. Ele destaca que a nicotina e outros componentes do cigarro causam vasoconstrição, ou seja, estreitamento dos vasos sanguíneos, o que dificulta o fluxo sanguíneo adequado.

Uma das complicações mais comuns em fumantes é a necrose tecidual, que ocorre quando partes da pele e do tecido subjacente não recebem oxigênio suficiente e começam a morrer. "A necrose pode levar a cicatrizes graves e prolongar o tempo de recuperação. Em casos extremos, pode ser necessária uma cirurgia adicional para remover o tecido necrosado", explica o especialista.

Além disso, o tabagismo pode aumentar o risco de trombose, que é a formação de coágulos sanguíneos que podem obstruir os vasos e causar embolia pulmonar, uma condição potencialmente fatal. "Os fumantes também têm um risco maior de desenvolver complicações respiratórias durante a anestesia, como broncoespasmo e dificuldade na ventilação", acrescenta Montedônio.

Para minimizar os riscos, o especialista recomenda que os pacientes fumantes interrompam o uso do cigarro pelo menos 60 dias antes e 60 dias após a cirurgia. "O ideal é que o paciente pare de fumar com antecedência, para que o organismo tenha tempo de se recuperar dos efeitos nocivos do tabaco. Isso aumenta significativamente as chances de uma recuperação bem-sucedida e sem complicações", afirma.

Montedônio também enfatiza a importância de uma avaliação médica completa antes da cirurgia. "É fundamental que o cirurgião plástico conheça o histórico de tabagismo do paciente e avalie os riscos específicos associados ao seu estado de saúde. Em alguns casos, pode ser necessário adiar a cirurgia até que o paciente esteja em melhores condições", diz.

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