O glúten pode afetar a saúde de pessoas com intolerância e doença celíaca (Imagem: Galigrafiya | Shutterstock) -  (crédito: EdiCase)

O glúten pode afetar a saúde de pessoas com intolerância e doença celíaca (Imagem: Galigrafiya | Shutterstock)

crédito: EdiCase

Viver com a doença celíaca é uma experiência que afeta muitos brasileiros. Sintomas como dores no abdômen, inchaço, diarreia e anemia são algumas das manifestações dessa condição que, embora frequente, é pouco diagnosticada no país. De acordo com informações da Federação Nacional das Associações de Celíacos no Brasil, acredita-se que haja cerca de 2 milhões de brasileiros acometidos pela enfermidade. O mais intrigante é que a maioria dessas pessoas desconhece sua condição.

 

 

Segundo médica Consolação Oliveira, especialista em nutrologia e fisiologia hormonal, "estamos falando de pessoas que têm uma reação imunológica ao consumo do glúten. Isso significa que elas não podem consumir alimentos com trigo, cevada, centeio, que estão presentes em bolos, pães, salgados, bebidas alcoólicas como cerveja, entre outros. É uma intolerância a alimentos comuns do nosso dia a dia”.

 

O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais ou biópsia intestinal. A rápida identificação é fundamental para o controle adequado da enfermidade.

 

“A doença celíaca é, na maioria das vezes, genética. É mais provável que surja a partir da herança dos genes familiares do que adquirida motivada pelos hábitos alimentares. Por isso, a investigação do quadro deve começar quando criança, já que os sintomas que indicam uma intolerância ao glúten começam a surgir nesse período, embora possa aparecer também na vida adulta. Essa condição é comum no meu consultório”, explica a médica Consolação Oliveira.

 

 

Segundo a especialista, estratégias nutricionais e o corte da ingestão do glúten podem ajudar o paciente diagnosticado a ter uma vida com menos sintomas e dor. “A doença celíaca, por si só, já é delicada. A verdade é que ela não tem cura, mas pode ter suas manifestações minimizadas ou até mesmo silenciadas quando há um tratamento nutricional focado na garantia do bem-estar e na volta da qualidade de vida do paciente. Isso passa, principalmente, por um plano alimentar adequado a ser prescrito”, explica.

 

 Consolação Oliveira, especialista em nutrologia e fisiologia hormonal

 

A especialista acrescenta que a dieta é o fator mais importante quando se fala no controle da doença celíaca. “É preciso lembrar do poder que os alimentos têm no nosso organismo e como realizar exclusões também pode ser benéfico à saúde do paciente. Eliminar o glúten da alimentação e suplementar as deficiências com vitaminas e outros alimentos nutritivos pode significar uma melhora integral do quadro, extinguindo os sintomas e auxiliando o celíaco a ter uma vida mais tranquila e feliz”, pontua a médica.

 

Outras enfermidades


Ela pode estar relacionada ao surgimento de câncer no intestino delgado, além da doença arterial coronariana, da ictiose e de dermatites. “Nos casos em que a intolerância extrema ao glúten motiva outras enfermidades, é fundamental buscar um tratamento multidisciplinar, combatendo também esses quadros”, adverte Consolação.