Doença progressiva e degenerativa, o Alzheimer é um tipo de demência que afeta inicialmente a memória, o pensamento e o comportamento -  (crédito: Freepik)

Doença progressiva e degenerativa, o Alzheimer é um tipo de demência que afeta inicialmente a memória, o pensamento e o comportamento

crédito: Freepik

A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta principalmente a memória, o pensamento e o comportamento. Sendo a forma mais comum de demência, caracteriza-se pelo acúmulo de placas amiloides e emaranhados neurofibrilares no cérebro, levando à morte das células cerebrais e à deterioração das funções cognitivas.

 

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A qualidade e a quantidade de sono têm um papel fundamental na saúde cerebral, influenciando o risco de desenvolver a doença. Estudos demonstram que, tanto a privação quanto o excesso de repouso, estão associados a um aumento no risco de demência, incluindo Alzheimer.

 

Privação de sono e Alzheimer

 

A médica geriatra da Saúde no Lar, Simone de Paula Pessoa Lima, destaca que o repouso à noite é essencial para a remoção de subprodutos metabólicos do cérebro, incluindo a proteína beta-amiloide, diminuindo seu acúmulo. Durante o sono o sistema glinfático é ativado, facilitando a eliminação da proteína beta-amiloide. "A privação do descanso pode comprometer esse processo, resultando no acúmulo dessa proteína, que é um dos principais marcadores patológicos do Alzheimer."

 

Quando não se dorme o suficiente, há um aumento de marcadores inflamatórios no corpo. A inflamação crônica é um fator de risco conhecido para várias doenças e pode contribuir para a disfunção neuronal e a progressão da neurodegeneração. "Dormir é crucial para a consolidação da memória e o aprendizado. Sua privação pode prejudicar essas funções cognitivas, que são as primeiras a serem afetadas na Alzheimer. O déficit de sono prolongado pode acelerar o declínio cognitivo em indivíduos suscetíveis."

 

 

Por outro lado, dormir em excesso, invadindo o horário do dia, pode estar associado a uma maior fragmentação do repouso noturno e à redução da qualidade do descanso profundo à noite. A inversão do ciclo sono, versus vigília, tem impacto direto na saúde cerebral. “Esse excesso pode indicar condições subjacentes como depressão, apneia do sono, ou outras doenças crônicas, que por si só são fatores de risco para a demência. A presença dessas condições pode acelerar o declínio cognitivo."

 

Dormir demais também pode, conforme explica Simone, resultar em menos tempo para atividades físicas e sociais, que são fatores protetores conhecidos contra a perda das capacidades mentais. "A inatividade física e social pode contribuir para a deterioração da saúde cerebral.”

 

Simone explica que é crucial que os idosos mantenham um padrão de descanso equilibrado, com duração e qualidade adequadas. Recomenda-se, para a maioria dos idosos, que durmam entre sete a oito horas por noite, evitando tanto a privação quanto o seu excesso.  “Além disso, manter uma boa higiene do sono, como ter horários regulares para dormir e acordar, evitar estimulantes antes de deitar e criar um ambiente propício para o repouso, pode ajudar a promover a saúde cerebral e reduzir o risco de Alzheimer”, recomenda.