Dente -  (crédito: Divulgação/Oral Sin)

Nos últimos anos houve um aumento significativo de pacientes da faixa etária entre 45 e 65 anos em busca de tratamentos estéticos

crédito: Divulgação/Oral Sin

Retração de gengiva, diminuição e amarelamento dos dentes, marcas de expressão, como o temido ‘código de barras’; o ‘sorriso invertido’ e até as ‘olheiras’ provenientes da perda óssea na região buco maxilar, são sinais de que os dentes estão envelhecendo. Por serem formados por células (chamadas odontoblastos), assim como todo o corpo, eles também sofrem com o impacto do tempo. 

 

Somado a isso, além das condições fisiológicas, comportamentos como uso excessivo de medicamentos, ingestão de dieta ácida e o apertamento dos dentes, ocasionados pelo estresse do dia a dia, são fatores que aceleram esse processo de envelhecimento. 


Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia

 

Alerta para o imediatismo 

 

O cirurgião-dentista do Ateliê Oral Marcelo Kyrillos alerta para os perigos do imediatismo na busca pela jovialidade. “Maquiar o envelhecimento dental não é uma opção. As pessoas estão se esquecendo de que vão viver mais 40, 50 anos, e irão precisar de uma boa mobilidade para a fala e a mastigação, um correto posicionamento entre arcadas e, inclusive, uma estrutura óssea fortalecida. Tudo isso para garantir uma terceira idade dental com funcionalidade”, explica.

 

 

O especialista comenta que tem percebido nos últimos anos um aumento significativo de pacientes da faixa etária entre 45 e 65 anos no consultório em busca de tratamentos estéticos. “A grande verdade é que a geração prateada atual está redefinindo o que significa envelhecer bem, se compararmos com as pessoas da mesma faixa etária de 30 anos atrás”, destaca.  

 

Contudo, o profissional enfatiza o esforço em combater o imediatismo de alguns pacientes ao colocar a funcionalidade em primeiro lugar. "Antes de iniciar um tratamento para o uso de lentes de contato dentais, por exemplo, é preciso verificar se aquele paciente não tem um histórico severo de bruxismo que nunca foi tratado. Caso contrário, haverá um sorriso lindo e um paciente com problemas articulares, dores crônicas de cabeça e pescoço, entre outras queixas severas. Tratado isso, podemos pensar em estética.”, completa. 

 

"Já deixamos de atender solicitações como a de um paciente que pediu a extração de todos os dentes para que colocássemos novos. Isso não foi necessário, pois hoje a tecnologia permite salvar dentes que, antigamente, seriam perdidos. As alternativas modernas de tratamento possibilitam a recuperação e a preservação dos dentes naturais, evitando extrações que eram comuns no passado", frisa o especialista do Ateliê Oral. 

 

Além disso, as técnicas atuais de restauração mantêm a estrutura original dos dentes e utilizam materiais que se assemelham muito à sensação e aparência dos dentes naturais. No caso de gengivas retraídas, existem técnicas que devolvem a gengiva perdida com a própria gengiva do paciente. A premissa é válida e obrigatória: a saúde e a função têm que vir em primeiro lugar, a estética deve entrar como uma aliada.


Alguns sinais de que seu dente está envelhecendo:  

 

. Marcas de expressão ao redor dos lábios (até as ‘olheiras’ podem ser sinais, visto a perda óssea na região buco maxilar)

. Diminuição dentária 

. Retração da gengiva 

. Mobilidade dentária 

. Amarelamento dos dentes 

 

 Como preservar a idade funcional do sorriso na terceira idade 

 

. Dizer não ao imediatismo: antes de qualquer tratamento estético em busca de jovialidade, consultar um profissional que priorize a saúde e a função dos dentes. 


 

. Escovação: com o passar dos anos, perdemos nossa habilidade manual. Uma boa opção são escovas elétricas com sensor de pressão. Elas atuam em áreas difíceis de alcançar manualmente na escovação. 

 

. Periodicidade: exames preventivos com o dentista devem passar a ser semestrais, independentemente da idade. Porém, o especialista destaca que após os 60 anos, isso deve ser seguido à risca. A odontologia hoje possui tecnologias de escaneamento de dentes e de gengivas para a verificação de desgastes dentários e perda de gengiva. Significativamente evidentes no software, essas inovações permitem uma leitura do que está causando essas alterações, possibilitando a intervenção e o tratamento.  

 

. Cuidados para evitar ainda mais o desgaste do esmalte: a erosão do esmalte já é um resultado do impacto do tempo. Contudo, fatores externos aceleram esse desgaste, tais como:  

 

  1. A ingestão de alimentos e bebidas ácidas: por possuírem alto índice de acidez, fazendo com que o pH da boca passe de 6,4 para 5,5, esses produtos apresentam significativo potencial erosivo. Evite a ingestão dos mesmos antes de dormir, período no qual os efeitos protetores da saliva estão reduzidos. Espere também 30 minutos para a escovação, uma vez que a superfície do dente estará amolecida pela acidez. Escovar os dentes logo em seguida pode acelerar o desgaste.  
  2. O uso excessivo de medicamentos: além de acelerarem a corrosão dentária, promovem o amarelamento, que também é consequência do envelhecimento dental. 
  3. Bruxismo: caso suspeita, fazer exames para verificar a necessidade do uso de placas de proteção para evitar também o desgaste do esmalte durante a noite.