O levantamento mostra que 86% dos entrevistados não sabem o que é o
mieloma múltiplo -  (crédito: Freepik)

O levantamento mostra que 86% dos entrevistados não sabem o que é o mieloma múltiplo

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O mieloma múltiplo (MM) é um tipo de câncer sanguíneo caracterizado pela produção anormal das células plasmáticas, que compõem o sistema de defesa do organismo. A doença é quase duas vezes mais comum em negros do que em brancos. Mesmo assim, poucas pessoas sabem desse importante fator de risco, como demonstrou a pesquisa Percepções sobre Mieloma Múltiplo, conduzida pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da Pfizer Brasil. Segundo o levantamento, 90% dos entrevistados não sabem que a condição acomete mais pessoas negras do que brancas e apenas 1/3 cita a cor da pele (34%) como um dos fatores que pode favorecer o surgimento da condição.

 

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Entre os principais sintomas desse tipo de câncer sanguíneo estão: dor óssea crônica, fadiga, fraqueza, falta de ar, níveis elevados de cálcio no sangue (hipercalcemia), perda de peso, anemia, visão turva, dor de  cabeça, tontura, infecções recorrentes, hematomas, sangramentos, problemas renais e fraturas ósseas. Embora 88% dos entrevistados os reconheçam como sintomas de um problema de saúde, o desconhecimento generalizado sobre a condição prevalece. Mais dados da análise corroboram com essa percepção, uma vez que apenas 1% dos consultados reconhecem os sintomas do MM ou o identificam como um câncer que afeta o sangue, que é mais comum em pessoas com idade avançada e/ou negras, e que compromete a medula óssea, podendo ser diagnosticado por exames laboratoriais.

 

 

Ao todo, a pesquisa on-line contou com a participação de 1,4 mil homens e mulheres com 18 anos ou mais, das classes ABC, brancos, pardos e pretos, de São Paulo (capital), bem como das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Curitiba.

 

O levantamento mostra que 86% dos entrevistados não sabem o que é o mieloma múltiplo, sendo que, deste total, 16% deles fazem referência a um outro tipo de câncer. Apenas 14% indicam se tratar de um câncer do sangue que afeta pessoas mais velhas e tem como sintomas a fraqueza, anemia, problemas renais e ósseos.

Quando questionados sobre quais doenças conhecem mais, os entrevistados elencaram em ordem decrescente: hipertensão (86%), diabetes (84%), leucemia (76%) e osteoporose (74%) e mieloma múltiplo (15%), tornando clara a grande lacuna de conhecimento sobre o MM dentre algumas das doenças mais recorrentes entre a população mais idosa.

 

 

“O levantamento expõe o total desconhecimento da população brasileira sobre o segundo câncer hematológico mais frequente no mundo, e que afeta principalmente a população negra e pessoas acima dos 65 anos”, comenta a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro. “Não ter conhecimento sobre essa condição contribui para a demora no diagnóstico correto, o que prejudica a saúde e a qualidade de vida de milhares de pacientes. Promover educação sobre o mieloma múltiplo junto à sociedade brasileira é um esforço da Pfizer alinhado ao compromisso de uma maior equidade no acesso ao cuidado”, destaca.

 

De acordo com a literatura médica, o MM tem como principais fatores de risco a idade, o gênero e a raça/cor. A obesidade e a ocorrência prévia de doenças de células plasmáticas também podem favorecer o surgimento da doença. Mesmo assim, 30% dos entrevistados não sabem responder quais fatores podem favorecer o surgimento da condição, enquanto boa parte indica fatores genéticos (40%) e hereditariedade (40%). Embora mutações genéticas possam ocorrer ao longo da vida e contribuir para o surgimento do mieloma múltiplo, a hereditariedade não é uma regra, ou seja, a mutação que favorece o surgimento da doença não é necessariamente transmitida dos pais para os filhos. E apenas 34% citam o fato de que pessoas negras podem ter mais chances de desenvolver a doença.

Embora 46% tenham declarado que maus hábitos ligados à obesidade – como alcoolismo (13%), sedentarismo (14%) e má alimentação (19%) – são fatores que podem favorecer o surgimento da doença, mais da metade dos pesquisados (53%) não sabem opinar sobre quais grupos de pessoas são mais acometidos. E, dentre os entrevistados que se arriscaram a responder, apenas 24% mencionam os idosos e somente 8% citam as pessoas negras, reiterando a percepção de desconhecimento sobre os grupos mais afetados pela condição. Cada dez indivíduos (10%) indica o mieloma múltiplo como uma doença mais frequente na população masculina.

 

Diagnóstico e tratamento

 

Alterações no hemograma - exame de sangue simples e indolor - podem levantar à suspeita de MM. Havendo alteração nas células de defesa do organismo, o especialista prossegue solicitando exames complementares para avaliar o acometimento da medula óssea e investigar o que pode ser a causa de demais sintomas relacionados à condição.


O desconhecimento permeia o tratamento, com metade dos entrevistados (50%) declarando que não sabe se há tratamento para MM, enquanto 20% indicam o transplante de medula óssea como alternativa única e 5% dizendo que existe tratamento, mas somente nos estágios iniciais da doença. Embora existam diversas formas de tratar o mieloma múltiplo e assegurar a qualidade de vida do paciente, apenas 1/4 dos consultados (24%) indica a resposta certa, de que o tratamento pode envolver uma combinação de medicações.


O MM é uma condição crônica e seu tratamento tem como objetivo controlar a doença e fazer com que o paciente tenha mais qualidade de vida. Seu diagnóstico é feito por um hematologista e/ou onco-hematologista,
considerando o estágio da doença e as queixas do paciente, e pode considerar medicamentos que tratam os sintomas, como dores e anemia; quimioterapia, visando destruir as células cancerígenas e o controle da
progressão da doença; radioterapia, utilizada para redução dos tumores localizados, dores ósseas e sintomas associados; imunoterapia, que visa estimular o sistema imunológico para auxiliar no combate ao câncer; e o transplante autólogo de células-tronco.

 

Elrexfio (Elranatamabe)

 

 

Aprovado pela Anvisa em 30 de outubro de 2023, Elrexfio (elranatamabe) foi lançado recentemente no mercado brasileiro. O medicamento é indicado para o tratamento de pacientes adultos no estágio triplo recidivado e refratário (MM R/R) – ou seja, quando o câncer retorna e não responde a outros tratamentos – que receberam pelo menos três terapias anteriores, incluindo um inibidor de proteassoma (IP), um agente imunomodulador (IMID) e um anticorpo monoclonal anti-CD3810.

 

Considerado uma classe terapêutica inovadora para a hematologia, Elrexfio chega com um mecanismo de ação inovador, com anticorpo biespecífico direcionado ao antígeno de maturação de células B (BCMA) ou grupamento de diferenciação 3 (CD3), que é um tipo de imunoterapia. Ou seja, o medicamento se liga ao BCMA nas células do mieloma e ao CD3 nas células T, agrupando-as e ativando as células T para matar as células do mieloma.

 

Em agosto de 2023, Elrexfio recebeu aprovação acelerada da Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, em um programa que visa reduzir o tempo de análise de medicamentos que tratam condições graves e colaboram para suprir necessidades médicas não atendidas. Estudos clínicos para o desenvolvimento da molécula para futuras indicações estão sendo realizados em 25 países, dentre eles o Brasil.

 

O estudo MagnetisMM-3 avaliou o uso do medicamento Elrexfio em pacientes adultos com mieloma múltiplo recidivado ou refratário. Os resultados mostraram que o Elrexfio pode ser uma opção de tratamento promissora para esses pacientes. O estudo mostrou que o medicamento foi eficaz, com taxas de resposta positiva e duração da resposta satisfatória. Além disso, o perfil de segurança do medicamento foi cuidadosamente avaliado, com efeitos colaterais tratáveis e controláveis.