Passar muito tempo em frente aos aparelhos eletrônicos contribui para o sedentarismo e, consequentemente, para o aumento dos riscos de obesidade -  (crédito: Freepik)

Passar muito tempo em frente aos aparelhos eletrônicos contribui para o sedentarismo e, consequentemente, para o aumento dos riscos de obesidade

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A obesidade está afetando cada vez mais a população, sobretudo as crianças e adolescentes. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2024, publicado pela Federação Mundial de Obesidade, o Brasil pode ter até 50% da faixa etária entre 5 e 19 anos com obesidade ou sobrepeso em 2035. O estudo indica que, em 2022, 159 milhões de crianças e adolescentes viviam com a condição. O sobrepeso pode ter diversos fatores como causa, e o uso excessivo de telas é um deles. Segundo a pesquisa TIC Kids Online, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, em 2022, 92% da população com idade entre nove e 17 anos era usuária de internet no país, e o celular o dispositivo mais usado por esse público.

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“A tecnologia está cada vez mais presente na rotina de todas as pessoas, de diferentes idades. Na era da transformação digital, não podemos defini-la como vilã - ela pode ser uma importante aliada. Isso porque soluções tecnológicas como o CodeWall ajudam os pais a terem um acompanhamento e controle de tempo no acesso a dispositivos tecnológicos, o que contribui para um uso mais assertivo e responsável, sem impedir o acesso total. Assim, fica mais fácil desenvolver rotinas de acesso personalizadas, adaptadas às necessidades individuais de cada membro da família e a diferentes faixas etárias”, alerta o CEO da CodeBit, empresa especializada em tecnologia de desenvolvimento e infraestrutura em nuvem, que criou o CodeWall, plataforma responsável pelo aplicativo que possibilita o uso consciente da internet e auxilia na rotina familiar, Heitor Cunha.

 

O uso de tecnologias não deve ser impedido totalmente, considerando que tem evoluído em muitas áreas, sobretudo na educação. No entanto, existem recursos que podem ajudar a cultivar um uso mais consciente, como aplicativos ou até mesmo sistemas integrados nos próprios dispositivos. Essas funcionalidades ajudam a ter controle no tempo de uso dos aparelhos, o que evita a dependência e também possibilita às famílias desfrutarem de momentos de desconexão.

Incentivar práticas saudáveis e diminuir o uso de telas

Passar muito tempo em frente aos aparelhos eletrônicos contribui para o sedentarismo e, consequentemente, para o aumento dos riscos de obesidade, hábito que deve ser controlado por pais e responsáveis para evitar complicações de saúde e desenvolvimento dos filhos. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) aponta que o excesso de peso aumenta o risco para o desenvolvimento de inúmeras doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer. Além disso, existe o fator emocional. A criança acima do peso pode sofrer por conta do isolamento social decorrente do bullying, desencadeando depressão, baixa autoestima e disfunções alimentares.

 

Nesse contexto, é importante que os familiares cultivem hábitos saudáveis durante o desenvolvimento da criança e adolescente. Além das telas, incentivar a prática de atividades físicas e brincadeiras ao ar livre contribui para evitar a obesidade e o sedentarismo na infância, que também deve estar associada a uma boa alimentação. Entre elas estão futebol, vôlei, judô, bicicleta, natação, pular corda e outros. Essas práticas, além de queimar calorias, ajudam no crescimento e fortalecimento dos ossos e músculos, melhoram o humor, a autoestima e auxiliam o sono.

“Desde pequenas, crianças são submetidas ao universo virtual e seus aplicativos, ficando vulneráveis de diferentes formas. No entanto, é preciso ainda que crianças e adolescentes sejam estimulados ao convívio social com familiares e amigos, a prática de exercícios físicos e uma rotina de modo geral mais saudável. Estabelecer rotinas acaba se tornando benéfico não apenas pelos resultados, mas pelo ensino de limites e combinados”, ressalta Heitor.