Alguns óleos podem reduzir os sintomas de abstinência e a vontade de fumar, e são uma nova esperança para quem deseja abandonar o tabagismo -  (crédito: Freepik)

Alguns óleos podem reduzir os sintomas de abstinência e a vontade de fumar, e são uma nova esperança para quem deseja abandonar o tabagismo

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O combate ao tabagismo segue como uma das prioridades globais em saúde pública, com milhões de pessoas atrás de formas eficazes de abandonar o vício. Não à toa, no Brasil, esta quinta-feira (29/8) marca o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Entre as diversas estratégias e tratamentos disponíveis, os óleos essenciais têm ganhado destaque como uma abordagem complementar e natural para ajudar os fumantes a largar o cigarro.

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Estudos recentes indicam que alguns óleos podem reduzir os sintomas de abstinência e a vontade de fumar, além de oferecerem uma nova esperança para quem deseja abandonar o tabagismo.

Pesquisa conduzida pelo responsável pelo programa de doutorado em ciências do comportamento da Universidade de Guadalajara (MEX), Nelson Bruno de Almeida Cunha, revelou que o óleo essencial de lavanda pode ser particularmente eficaz no tratamento dos sintomas de abstinência por cigarro. O estudo demonstrou que a inalação de óleo essencial de lavanda reduziu significativamente a ansiedade e o desejo de fumar quando comparado ao placebo. O estudo contou com a participação de 60 fumantes que voluntariamente procuraram o Programa de Tratamento do Tabagismo de Campina Grande (PB).

 

“Os pesquisadores acreditam que o resultado se deve à ação calmante e ansiolítica do óleo essencial de lavanda, o que ajuda a aliviar a tensão e o estresse comuns durante o processo de cessação do tabagismo”, ressalta a aromaterapeuta e proprietária da Harmonie Aromaterapia, Daiana Petry.

Outro estudo relevante, realizado pela Universidade de Miami, focou no uso do óleo essencial de pimenta preta. Publicado na Drug and Alcohol Dependence, a pesquisa envolveu 48 fumantes divididos em dois grupos: um grupo utilizou inalações de óleo essencial de pimenta preta, enquanto o outro usou placebo. Os resultados mostraram que o grupo que inalou o óleo essencial relatou uma redução significativa na intensidade do desejo por cigarros e reduziu sintomas da ansiedade.

“Os mecanismos exatos pelos quais os óleos essenciais atuam no combate ao tabagismo ainda não são completamente compreendidos. No entanto, a aromaterapia, que utiliza óleos essenciais para promover o bem-estar físico e psicológico, tem mostrado resultados promissores”, comenta Daiana. A especialista ainda ressalta que “os compostos presentes nos óleos essenciais podem interagir com estruturas importantes do sistema límbico do cérebro, como a ínsula, amígdala e córtex pré-frontal, que estão envolvidas na regulação das emoções em casos de vícios e compulsões. Essa interação pode ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade, que são gatilhos comuns para o uso do tabaco”.

Além dos efeitos diretos sobre o desejo de fumar e os sintomas de abstinência, os óleos essenciais também podem ser usados como parte de uma estratégia de autocuidado mais ampla para ajudar os fumantes a adotarem um estilo de vida mais saudável. “Técnicas de relaxamento, como meditação e ioga, quando combinadas com o uso de óleos essenciais, podem criar um ambiente mais propício para a cessação do tabagismo”, complementa a aromaterapeuta.

 

Apesar dos resultados promissores, os óleos essenciais não são a cura definitiva e devem ser utilizados como parte de um plano de tratamento abrangente, que englobe terapia comportamental e até medicamentosa. “Os óleos essenciais oferecem uma abordagem natural e complementar para o combate ao tabagismo. Os dados de pesquisas e testes atuais são encorajadores e sugerem que esses óleos podem desempenhar um papel valioso no apoio à cessação do tabagismo”, sinaliza Daiana Petry.

Daiana, inclusive, reuniu grande parte de seus estudos em Psicoaromaterapia: Um caminho para o autocuidado, livro que funciona como um guia para quem quer explorar esse universo. A obra ainda ensina o leitor a gerenciar emoções como a ansiedade, a depressão e o estresse de forma natural.

O termo ‘aromaterapia’ foi criado na década de 1920, por René-Maurice Gattefossé, e permitiu que o estudo sobre os óleos essenciais se tornasse uma disciplina e que a sua aplicação terapêutica se tornasse uma terapia. O tratamento com aromaterapia envolve uma consulta, na qual se realiza uma análise para identificar o histórico médico e o estilo de vida do paciente e, então, se prepara uma formulação personalizada de óleos para o tratamento.