Tereza constrói uma narrativa afetuosa e introspectiva que conecta episódios pessoais e o que lhe é apresentado nos hospitais, um trabalho que transforma sua percepção de humanidade -  (crédito: Tereza Gontijo/Arquivo Pessoal)

Tereza constrói uma narrativa afetuosa e introspectiva que conecta episódios pessoais e o que lhe é apresentado nos hospitais, um trabalho que transforma sua percepção de humanidade

crédito: Tereza Gontijo/Arquivo Pessoal

Em uma conversa íntima e acolhedora, a multi artista Tereza Gontijo lança, nesta sexta-feira (30/8), o livro Do riso ao soro - Reflexões de uma palhaça no hospital e a incrível jornada dos afetos. Ela convida o leitor a partilhar sua experiência como palhaça profissional atuando em hospitais de grandes cidades brasileiras, através da associação Doutores da Alegria. Há 16 anos, Tereza dá vida a Guadalupe, e com a palhaça vivencia histórias de luta em alas pediátricas e adultas de instituições públicas de saúde em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.

 

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Mineira de BH radicada em São Paulo, Tereza constrói na obra uma narrativa afetuosa e introspectiva que conecta episódios pessoais e o que lhe é apresentado nos hospitais, um trabalho que, segundo a autora, transforma sua percepção de humanidade. A jornada é de levar alegria para pacientes, famílias, enfermeiros, médicos e funcionários. "O livro é um  mergulho investigativo. Examino como o encontro do humor com a dor, o desconforto e a morte, possibilitou o desvelamento da profundeza humana, suas fragilidades, potências e mistérios", diz. Tudo o que guia sua carreira e revela sua grande paixão: as pessoas, suas histórias de vida e a possibilidade do encontro.

 

 

O link para acesso ao lançamento estará disponível na bio da página no Instagram, @tereza.gontijo.1 (acesse aqui). Em versão digital, o livro pode ser adquirido pelo valor promocional de R$ 3,50. O lucro será destinado ao projeto  Makamba Brincante  (@makambabrincante), que há mais dez anos atende crianças carentes da comunidade Acaba Mundo, na capital mineira, promovendo brincadeiras que conectam os anciãos aos pequenos, fortalecendo a memória e o senso de comunidade.

 

"Estou muito feliz e emocionada com o resultado. O lançamento prepara para a chegada da primavera, quando é tempo de ver o novo brotar. Então, seja para ajudar a mensagem do riso e do afeto a ganhar o mundo ou pra ajudar quem mais precisa, estão todos convidados", convoca a artista.

 

A narrativa não apenas explora a transformação pessoal da autora, como instiga o leitor a refletir sobre a autenticidade e os afetos em sua própria vida. Oferece a oportunidade de apreciar a beleza das experiências humanas e pensar sobre as conexões que tornam a existência mais significativa.

 

"Me dediquei durante sete meses a traduzir a experiência atuando como palhaça profissional em alas pediátricas e adultas de hospitais. É uma conversa longa, afetiva, sobre minha trajetória artística dentro da Doutores da Alegria. Mas não é necessário que você se interesse pela palhaçaria ou pelas artes cênicas, em geral. Minha conversa é sobre como essa experiência foi me transformando como ser humano, uma vez que passei a encontrar, rotineiramente, as situações limítrofes que acompanham uma internação", relata.

 

 

Humor e arte para falar sobre dor, desconforto, frustração, tédio, doença, tratamento, cura, alta e morte. Algo que, para Tereza, a colocou em contato direto com o que havia de humano nos pacientes e famílias que atendeu e, mais ainda, com a humanidade latente em si mesma. Ela conta que, quando escolheu a carreira profissional como artista, jamais imaginou descascar as camadas da natureza humana, em suas palavras.

 

"Ao contrário do prestígio midiático que, porventura, projetei, ganhei profundos encontros com nossas fragilidades, vulnerabilidades, potências e magias, que revelaram minha maior paixão: as pessoas e suas histórias de vida, pelas quais sigo me apaixonando dia após dia quando visto minha máscara de palhaça e me coloco disponível ao encontro."

 

Assim, o chamado é para que o leitor se deixe afetar por tal experiência e possa iniciar essa jornada em sua própria vida, família e trabalho: a incrível jornada dos afetos. "Por vezes, a vida cotidiana se torna uma experiência pasteurizada e automática. No entanto, quando ela acaba repentinamente, ou eventos trágicos nos assaltam sem aviso, o despertar acontece. É quando nos confrontamos com tudo aquilo que realmente tem valor: o amor, a comunhão, a resiliência, a alegria, a gratidão."

 

Tereza tem 38 anos, é atriz, musicista, professora e diretora teatral, além de especialista na palhaçaria, e uma artista premiada. Para ela, cada pessoa carrega um valor inestimável e uma história a ser honrada, uma expressão única. "A beleza da diversidade é divina e partilhar humanidades há de ser das experiências mais transformadoras que temos o privilégio de vivenciar. Não à toa, além de palhaça, inventei-me profissões novas: detetive de metrô, jardineira de humanidades, pescadora de afetos."