Apesar de ter sido amplamente utilizada em todo o mundo até os anos 1960 e 1970, um trabalho publicado em 1964 calculou que uma alteração sanguínea grave acontecia em uma pessoa para cada 127 que consumiam a aminopirina — substância com estrutura similar à da dipirona. -  (crédito: Marcelo Casal Jr/Agencia Brasil)

A dipirona é reconhecida por seus efeitos analgésicos e antipiréticos, sendo frequentemente utilizada para o alívio da dor e da febre

crédito: Marcelo Casal Jr/Agencia Brasil

A dipirona é reconhecida por seus efeitos analgésicos e antipiréticos, sendo frequentemente utilizada para o alívio da dor e da febre. No entanto, como qualquer medicamento, seu uso pode acarretar reações adversas que, em situações raras, podem ser graves e até fatais. Entre as possíveis reações, estão a anemia aplástica, a agranulocitose (alteração no sangue) e a pancitopenia (diminuição da quantidade de hemácias, leucócitos e plaquetas), além de reações hipotensivas transitórias, reações cutâneas e distúrbios imunológicos, como choque anafilático

 

Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), o analgésico está na lista de medicamentos genéricos mais vendidos em 2023, ocupando o segundo lugar da lista. O levantamento demonstra como o fármaco está presente nas indicações médicas, mas também na automedicação. Para Clóvis Cardoso Júnior, professor do curso de Farmácia do Centro Universitário FSG, esse comportamento pode ser considerado um risco dado que a interação medicamentosa, o qual pode ocorrer quando os efeitos de um medicamento são alterados pela presença de outro fármaco, alimento ou bebida, pode trazer sérios danos à saúde.

 

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Também, Clóvis elenca abaixo como o uso inapropriado, como doses elevadas de dipirona, pode acarretar distúrbios no organismo provocando sintomas, como":

 

  • Náuseas
  • Vômito
  • Dor abdominal
  • Comprometimento da função renal

 

 

 

O docente também ressalta que a dipirona não é recomendada para crianças menores de três meses ou pesando menos de cinco quilos. “Gestantes devem ter cuidado redobrado, especialmente nos primeiros três meses de gestação e nos três últimos, devido ao risco de fechamento prematuro do ducto arterial e complicações perinatais”, diz o especialista explicando ainda que os metabólitos da dipirona são excretados no leite materno, sendo indicado evitar a amamentação durante e até 48 horas após o uso do medicamento. 


 

Já os pacientes idosos ou debilitados também merecem atenção especial, pois podem apresentar função hepática ou renal comprometida, o que influencia no metabolismo e excreção da dipirona. “Diante dos riscos associados ao uso da dipirona, é fundamental reforçar a importância de evitar a automedicação”, diz Clóvis. 

 

Vale ressaltar que independente do uso de qualquer medicamento, recomenda-se buscar a orientação de um profissional de saúde capacitado, que poderá avaliar a real necessidade e prevenir possíveis interações medicamentosas ou erros de administração. Dessa forma, minimizam-se os riscos associados ao consumo de substâncias. “A orientação de um profissional de saúde é essencial para o uso seguro e eficaz deste medicamento”.  

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.