Em tempos de jogos Olímpicos, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) anuncia o lançamento do e-book educativo Prevenção de dopagem em atletas. A cartilha chega em um momento importante para todos os esportes olímpicos, reforçando a importância do jogo limpo e esclarecendo as principais dúvidas sobre o uso de substâncias proibidas.

 

As substâncias mais visadas nos testes antidoping são os anabolizantes. Em 2022, por exemplo, 42% dos resultados positivos para doping em todas as competições esportivas estavam relacionados com o uso desses esteróides. Além dos anabolizantes, os testes antidoping também buscam substâncias diuréticas, que aumentam a produção e liberação de urina pelo organismo, diminuindo a massa do atleta e acelerando a eliminação de outras substâncias proibidas no corpo.  

 





 

A lista com as proibições é publicada anualmente e inclui ainda substâncias ergogênicas, que são aquelas que interferem na saúde do atleta ou cuja ética de uso é questionável. “Medicamentos, quando não prescritos corretamente, também podem ser considerados doping. Por isso, é importante que os atletas consultem sempre um médico antes de tomar qualquer medicação”, alerta o endocrinologista, presidente do Departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da SBEM, Clayton Macedo.

 

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“Os esteróides anabolizantes causam graves problemas de saúde, como dependência química, problemas cardíacos, hepáticos, renais e até câncer. Nos homens, pode haver redução do tamanho dos testículos e infertilidade, enquanto nas mulheres, os efeitos incluem irregularidade menstrual e engrossamento da voz”, esclarece o especialista sobre os danos do uso dessas substâncias.

 

Além de alguns medicamentos de uso cotidiano, a maconha também pode ser considerada doping, mas seu uso terapêutico pode ser autorizado, pois o canabidiol (CBD) isolado não está na lista de substâncias proibidas pela WADA. Já o tetrahidrocanabinol (THC) presente na maconha é proibido. “Produtos de CBD frequentemente contém THC, o que pode levar a resultados positivos em exames antidoping”, elucida Clayton Macedo.

 

Sobre suplementos alimentares, o endocrinologista explica que, apesar de não serem proibidos, podem estar contaminados com substâncias proibidas. “A SBEM recomenda comprar apenas em lojas idôneas, evitar compras online e ter sempre um frasco lacrado do mesmo lote armazenado em local seguro. Declarações de uso de suplementos devem ser feitas através de um formulário específico, sempre com a supervisão do médico e/ou nutricionista do clube”, alerta.

 

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Com relação a métodos contraceptivos, especialmente no caso das mulheres, Clayton afirma que os anticoncepcionais, tanto hormonais quanto não hormonais, não são considerados proibidos para atletas, desde que aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e utilizados conforme as composições atuais da indústria farmacêutica. “No entanto, substâncias como gestrinona e testosterona, mesmo em doses e métodos de aplicação considerados seguros, são proibidas e podem resultar em exames antidoping positivos. Por isso, é essencial que atletas consultem profissionais de saúde antes de usar qualquer método contraceptivo”, ressalta.

 

Outra substância que também pode vir a ser considerada doping é o hormônio do crescimento (GH). Clayton esclarece que ele só deve ser utilizado com uma autorização para uso terapêutico (AUT), se comprovada a deficiência do hormônio. “O uso indevido pode levar a graves consequências de saúde, como crescimento desproporcional, alterações articulares, hipertensão, diabetes e aumento do risco de câncer”, pontua.

 

Para o especialista, o assunto é de extrema importância, uma vez que “cada atleta é pessoalmente responsável por qualquer substância encontrada em seu corpo. Mesmo sem intenção ou conhecimento, a presença de substâncias proibidas leva a sanções”.

 

O e-book da SBEM é uma leitura essencial para atletas, treinadores e qualquer pessoa interessada em entender melhor a questão da dopagem. A cartilha completa está disponível gratuitamente no site da entidade: https://www.endocrino.org.br/noticias/e-book-dopingtofora/

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