O mercado de microverdes, ou microverduras, vem crescendo significativamente nos últimos anos no Brasil. Estima-se que o número de produtores passou de pouco mais de 50 em 2019 para mais de 500. O crescente interesse pelos vegetais e hortaliças pequeninos é justificado.

Essas hortaliças, ervas aromáticas, leguminosas, condimentares e até mesmo espécies silvestres, podem conter até 40 vezes mais nutrientes e micronutrientes como vitaminas, minerais e antioxidantes do que as mesmas plantas na fase adulta.

“Mesmo pequenos, esses vegetais são nutritivos e coloridos. Eles já estão em restaurantes de alta gastronomia dentro e fora do Brasil, e têm sido cada vez mais procurados por quem busca dietas mais saudáveis”, comenta a nutricionista da rede de hospitais São Camilo de São Paulo, Paula Prescendo.



 

Dentre as variedades mais populares, estão acelga, agrião, aneto ou endro, aipo, alho-poró, beterraba, brócolis, cebola, cenoura, chicória, couve, coentro, ervilha, girassol, manjericão, mostarda, rabanete, rúcula e repolho.

Cultivadas e colhidas poucos dias após a semeadura, entre sete e 21 dias após a germinação, os microverdes têm tamanho reduzido, de cinco a 10 centímetros de altura. A produção de microverdes é diferente do cultivo de produtos já conhecidos como os brotos e folhosas baby leaf. Isto porque brotos são basicamente sementes germinadas de cereais, leguminosas, oleaginosas e hortaliças com ciclo de produção ainda mais curto.

Os microverdes diferem dos brotos por necessitarem de um meio de cultivo e luminosidade, enquanto, na produção de brotos, ambos não se aplicam. Por serem cultivados na presença de luz e portanto, realizarem fotossíntese, os microverdes possuem sabor mais marcante e maior amplitude de colorações quando comparados aos brotos.

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Fáceis de cultivar, com pouco espaço, tempo e insumos necessários, se tornaram uma opção sustentável para produção de alimentos. A demanda crescente tem estimulado o cultivo até nos centros urbanos e em espaços mais limitados de um produto que chega a custar entre sete e oito vezes mais que o convencional, segundo estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).

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Com sabores, texturas e cores variadas, os pequenos vegetais se tornaram atrativos tanto para chefs quanto para o público em geral.

 

Alguns benefícios dos microverdes

 
Maior concentração de nutrientes

Estudos mostram que os microverdes possuem concentrações de nutrientes significativamente maiores quando comparados com os mesmos vegetais na fase adulta:

- Microverdes de aipo, repolho roxo, manjericão e rúcula podem ter até 40 vezes mais nutrientes.

 

- Microverdes de coentro são três vezes mais ricos em betacarotenos.

 

- Estudos já demonstraram que microverdes de manjericão podem ter teores de filoquinonas 7,8 vezes superior à sua contraparte colhida em estádio convencional.

 

- Microverdes de lentilha (Lens culinaris) podem ser boas fontes proteicas (6.47 g/ 100 g), enquanto microverdes de feijão moyashi ou feijão mungo (Vigna radiata) podem ser uma boa fonte de carboidratos (4.55 g/ 100 g).

 

- O teor lipídico de microverdes é insignificante e comparável aos valores de demais hortaliças folhosas.

Alta quantidade de proteínas, vitaminas e minerais

Entre os nutrientes presentes em maior quantidade estão proteínas, vitaminas e minerais importantes como ferro, zinco e magnésio.

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Melhora da digestibilidade e saciedade

Os microverdes diminuem a quantidade de antinutrientes e melhoram a digestibilidade. Além disso, aumentam a saciedade e ajudam na perda de peso graças às fibras.

Controle do açúcar no sangue

As fibras dos microverdes retardam a absorção de glicose, evitando picos e quedas nos níveis de açúcar na corrente sanguínea.

Propriedades anti-inflamatórias, cardioprotetoras e neuroprotetoras

Algumas espécies como a couve possuem propriedades imunoestimulantes, anti-inflamatórias, cardioprotetoras e neuroprotetoras.

 

Em geral, os microverdes podem variar o sabor entre neutros, picantes, azedo e levemente amargo, proporcionando uma grande diversidade de opções para os consumidores. “As microverduras são uma alternativa saudável e prática de aumentar a ingestão de nutrientes e fibras de forma natural, com benefícios para a saúde geral, sendo cada vez mais populares no Brasil devido aos seus benefícios”, afirma a especialista.

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