Muitas pessoas culpam o passar dos anos pela perda da definição do rosto, principalmente na região das bochechas e maçãs do rosto que “murcham”. No entanto, o envelhecimento pode não ser o único culpado: o emagrecimento acelerado, principalmente com o advento de novos medicamentos, também pode produzir esse efeito colateral.

 

“A perda de gordura em suas várias formas tem impactos importantes. A gordura facial contribui para uma aparência saudável e jovem, no mínimo, ela dá volume e estrutura à pele, evitando rugas, e esconde a arquitetura subjacente da face – os ligamentos e depressões ósseas que podem parecer velhas quando expostas”, explica Paolo Rubez, cirurgião plástico, membro da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS).

 

Além da perda e reabsorção dos compartimentos de gordura, também pode-se ter uma queda na produção de proteínas de sustentação e elasticidade da pele, queda da musculatura, fatores que levam ao surgimento de flacidez com consequente diminuição do contorno facial e da definição das maçãs do rosto. "Aliás, o processo de envelhecimento também faz com que os ossos percam espessura e projeção, o que também torna as maçãs do rosto mais apagadas”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Isaps (International Society of Aesthetic Plastic Surgery).

 



 

Uma das alternativas mais óbvias para repor os compartimentos de gordura, tratar a perda óssea e repor o volume das maçãs do rosto é a aplicação de substâncias preenchedoras. Segundo a cirurgiã plástica, o procedimento é realizado por meio de agulhas ou microcânulas, o que diminui o desconforto e riscos de hematomas, que injetam as substâncias preenchedoras diretamente sobre a região para ressaltar a estrutura. “As substâncias utilizadas vão variar de acordo com as necessidades do paciente. Geralmente, o preenchedor mais utilizado é o ácido hialurônico. Mas também podemos utilizar a hidroxiapatita de cálcio que além de volumizar, estimula a produção de colágeno”, informa.

 

 

O procedimento, que não deixa cicatrizes, tem resultados visíveis imediatamente, mas o ideal é que o preenchimento seja feito gradativamente e em mais de uma sessão para que não haja o risco de hipercorreção. “Mas, como as substâncias utilizadas normalmente são absorvíveis, o preenchimento não é permanente e dura cerca de um a dois anos, podendo ser realizado novamente após esse período caso o paciente deseje”, destaca Beatriz.

 

Uma outra opção é o preenchimento de gordura, segundo Paolo. Os preenchimentos de ácido hialurônico (AH) podem ser mais precisos que a gordura no que diz respeito aos detalhes, mas a gordura atrai os pacientes com a promessa de volume natural e definitivo. “E, em certos casos, quando é usada especificamente para tratar a perda de volume, a gordura pode oferecer uma aparência mais autêntica, porque é um pouco mais macia e flexível e tende a se mover melhor com o rosto”, diz o cirurgião plástico.

 

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Ao contrário do preenchimento, que o profissional chama de “tratamento pontual”, a gordura pode corrigir áreas amplas, geralmente sem parecer exagerado. “A gordura para aumentar o volume é retirada com cânulas finas em orifícios pequenos, mantendo as células intactas de gordura, que são enxertadas também com cânulas. Outra possibilidade é quando fazemos um tratamento da gordura, onde as células são destruídas, podendo ser injetada com agulhas bem finas na camada mais superficial da pele. Nesse caso não funciona como volumizador, mas como melhora da qualidade da pele”, diz Beatriz. 

 

A vantagem desse tipo de procedimento é que a gordura possui baixa probabilidade de ser rejeitada pelo organismo e promove resultados mais naturais e quase permanentes, pois apenas cerca de 40% do volume total é reabsorvido. No entanto, por ser retirada do próprio corpo do paciente, a gordura está sujeita a alterações naturais do próprio corpo. “Na prática clínica, sabemos que, quando há a reposição da gordura subcutânea, temos efeitos na pele – a pigmentação e a textura melhoram, e a pele fica um pouco mais espessa e luminosa. Este é um grande atrativo”, explica o cirurgião plástico Paolo.

 

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O implante de prótese malar também pode ajudar no caso dos pacientes que procuram por resultados realmente permanentes. O procedimento consiste na inserção de próteses de silicone nas maçãs do rosto para conferir definição e contorno à região. “Apesar de ser uma intervenção cirúrgica e, logo, mais invasiva que as outras opções, a técnica promove resultados naturais e satisfatórios, mas exige um tempo de recuperação. No entanto, o resultado definitivo pode demorar para ser visível, já que após a cirurgia é comum o surgimento de inchaço e hematomas na região”, enfatiza Beatriz.

 

Porém, antes de optar por qualquer procedimento, o mais importante é consultar um cirurgião plástico, que poderá realizar uma avaliação e indicar o tratamento mais adequado para cada caso. “Em casos em que há grande grau de flacidez combinada a perda óssea e dos compartimentos de gordura, apenas a realização de preenchimento, lipoenxertia ou implante de prótese malar não serão suficientes para realmente ressaltar as maçãs do rosto e recuperar o contorno facial, sendo necessário então fazer a associação com outros tratamentos rejuvenescedores, como o lifting facial”,  explica a cirurgiã.

 

O lifting mudou muito. Inicialmente tratava apenas a camada de pele do rosto, esticando-a e retirando seu excesso. Isso promovia resultados muito artificiais e estigmatizados, além de cicatrizes de pior qualidade. "Sua evolução foi iniciar o tratamento de camadas mais profundas como o Sistema Músculo Aponeurótico Superficial (SMAS) - tecido que cobre a musculatura através de pontos para reposicioná-lo”. 

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