Um estudo recente do Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer revela que o consumo de gorduras saturadas em grande quantidade, presente principalmente em alimentos de origem animal, pode aumentar o risco de câncer de bexiga nos homens. Até então o que se sabia era que os altos níveis de colesterol ruim (LDL) na corrente sanguínea – adquiridos devido a esse tipo de dieta - estavam associados a doenças cardíacas. Porém, esta nova pesquisa chega com mais esse agravante.

 


Para a oncologista Roberta Dayrell, o estudo internacional só reforça o que a comunidade médica já sabia: ter uma alimentação saudável, sem dúvida, contribui para minimizar as chances de um possível tumor. “Uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes é capaz de prevenir não só as doenças cardiovasculares, mas os cânceres associados a dietas altamente inflamatórias, com excesso de gordura, carne vermelha e industrializados. Esses alimentos, vale enfatizar, estimulam a inflamação do organismo e corroboram para a produção de radicais livres que, por sua vez, contribuem para o desenvolvimento de neoplasias”, explica a especialista.

 




Roberta afirma ainda que o primeiro sintoma do paciente com suspeita de câncer de bexiga, é uma hematúria, presença de sangue na urina, além de sinais irritativos na região, como desconforto urinário e sucessivas infecções urinárias. “Pode acontecer também de o paciente não estar com sintomas e, ao fazer um exame simples de urina, descobrir que ela tem células com hemácias, que ao serem investigadas podem apontar para um tumor em fase inicial.”

 

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Os tumores precoces, inclusive, representam cerca de 70% dos diagnósticos. Neste cenário o tratamento será mais simples, geralmente sem necessidade de cirurgia de remoção da bexiga. “Por outro lado, quando o câncer já invadiu a camada muscular da bexiga e se há algum linfonodo na região, o paciente vai precisar passar por uma cistectomia radical, onde geralmente o órgão e outras partes urinárias são retirados”, completa. Já nos quadros de metástase, que ocorrem a partir do momento em que o nódulo acometeu outras partes do corpo humano, a opção será por tratamento com quimio ou imunoterapia.

 

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“O principal fator de risco da doença é o tabagismo e, como historicamente, os homens sempre fumaram mais que as mulheres, eles representam o grupo ainda mais acometido pela enfermidade”, ressalta a oncologista acrescentando a faixa etária acima de 65 anos, além dos tabagistas atuais ou os que já fumaram ao longo da vida como os mais suscetíveis.


Por fim, além da alimentação saudável, Roberta reforça que outros hábitos importantes para a prevenção da doença, incluem a cessação do tabagismo, evitar bebidas alcoólicas e incluir check-ups periódicos na rotina.

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