O envelhecimento é um processo marcado por uma série de modificações no funcionamento do organismo e, nas mulheres, um dos principais períodos que evidenciam essas mudanças é a menopausa. A fase é marcada pela suspensão definitiva da menstruação com consequente queda na produção de estrogênio. No geral ocorre após os 50 anos, mas pode afetar algumas mulheres precocemente.
"Como resultado, a mulher passa a apresentar uma série de sintomas, incluindo irritabilidade, mudanças drásticas de humor, sudorese excessiva, cansaço intenso, ondas de calor e perda de massa óssea e massa magra. Mas também aparecem sintomas na pele, o que mexe com a autoestima da mulher”, diz o ginecologista Igor Padovesi, membro da North American Menopause Society (NAMS) e da International Menopause Society (IMS).
Na menopausa, ocorrem alterações hormonais com diminuição importante de estrogênio e progesterona. A consequência dessa diminuição hormonal na pele é o afinamento de sua espessura e a diminuição das fibras de elastina e colágeno. "O resultado é uma pele mais fina, enrugada e flácida”, destaca a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Nos cabelos, a diminuição importante do estrógeno também leva a alteração do crescimento e do ciclo do folículo piloso. “Com isso pode haver mais queda de cabelos, afinamento dos fios de cabelos e seu enfraquecimento”, diz Igor.
Como não existem métodos para se prevenir ou retardar a menopausa, visto que é definida geneticamente, combater esses efeitos deve ter ajuda médica. As primeiras mudanças na pele que as mulheres notam são o ressecamento e a pele mais fina. Isso também pode ser um sinal de alerta, juntamente com outros sintomas, para demonstrar que a paciente está na perimenopausa, um período que antecede a menopausa.
Os médicos devem estar atentos aos sinais clínicos relatados pela paciente, que são muito mais importantes do que os níveis hormonais dosados, já que esses podem variar muito na perimenopausa”, comenta Igor. Segundo Paola, as mulheres podem ter a sensação de pele “esturricada” e “craquelada”. “Em geral os sintomas da menopausa se iniciam por volta dos 47 anos de idade, podendo variar de mulher para mulher”, completa a dermatologista.
Mas para combater esses efeitos, o skincare, embora ajude, pode não ser suficiente. Na verdade, até mesmo os procedimentos em consultório podem funcionar de maneira limitada, caso não haja a prescrição de reposição hormonal feita pelo ginecologista, segundo o ginecologista, esses sintomas têm causas hormonais, tratá-los sem a terapia de reposição hormonal pode ser como enxugar gelo.
Nessa terapia, são usados normalmente estrogênios, em diversas vias de aplicação, variando da forma oral, gel na pele ou na região da vulva e vagina e adesivos transdérmicos, além de implantes hormonais. Toda essa terapia visa manter os níveis de hormônios femininos em valores próximos aos encontrados durante a vida reprodutiva da mulher.
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"São tratamentos bastante seguros, desde que monitorados por um médico regularmente”, comenta Igor. “A reposição hormonal, por muitos anos, foi considerada maléfica, com riscos. Hoje sabemos que ela é benéfica para mulher e sua qualidade de vida. É um direito da mulher discutir sobre reposição hormonal durante a menopausa e uma obrigação médica avaliar e prescrever a melhor reposição para cada mulher. A reposição hormonal além de melhorar fogachos e insônia, melhora a qualidade da pele e a queda de cabelos”, explica a dermatologista.
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Mas tratar os sintomas também será necessário. A diminuição do estrógeno prejudica a função de barreira da pele (por passar a produzir menos sebo e ficar mais fina), diminui a função antioxidante, e também diminui a produção de fibras de elastina e colágeno. "Precisamos ‘consertar’ todas essas falhas na pele da mulher na menopausa: hidratar muito bem, usar protetor solar diariamente, usar antioxidantes, e apostar nos procedimentos que estimulam a produção de novas fibras de colágeno, como os bioestimuladores injetáveis e o ultrassom microfocado”, explica Paola.
Por fim, Igor Padovesi ressalta que esse é um período da vida em que a mulher passa por transformações e precisa de um entendimento global sobre sua nova fase. “O mais importante é buscar ajuda médica ao notar os sintomas da queda hormonal”.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.