Quem vê Juliana Paes, atuando e brilhando nos folhetins, sempre com papéis marcantes e fortes, nem imagina que a bela já vivenciou situações extremistas, relacionadas à saúde mental. A atriz relata que o excesso de trabalho, o consumo intenso de informações e a rotina atribulada contribuíram para o desequilíbrio emocional que trouxe sintomas de taquicardia, choros e angústias recorrentes, além de outras sensações que a levaram para um lugar de muita dor e medo. A artista chegou a se isolar por um tempo da mídia para se dedicar ao tratamento psicoterápico, após uma espécie de síndrome traumática seguida de depressão. Mas, como identificar e tratar a ansiedade e o pânico?

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Segundo explica a psicanalista Andrea Ladislau, a ansiedade surge de um conflito mental e tem uma base biológica, ou seja, já nascemos propensos à ansiedade, que seria uma capacidade de reagir aos perigos que poriam em risco a nossa sobrevivência. “Ela é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim aconteça. Enquanto o medo tem um objeto definido, a ansiedade é uma emoção difusa, voltada para o futuro. No estado de ansiedade a mente cria vários pensamentos negativos e fantasia diversas cenas temidas”, explica.



 

Andrea enumera os principais transtornos de ansiedade: síndrome do pânico, fobia específica, fobia social, estresse pós-traumático, transtorno obsessivo compulsivo e distúrbio de ansiedade generalizada. “Para evitar o aumento dos casos de ansiedade ou diminuir os impactos desta na saúde de um indivíduo, é preciso conhecer o ciclo vicioso que faz com que ela aumente com o tempo. Pois fica fácil entender que a ansiedade só tem cura quando o tratamento vai na sua raiz, mudando assim a percepção do funcionamento dos gatilhos que desencadeiam os ciclos”, afirma a especialista.

Andrea dá o exemplo de quando precisamos apresentar um trabalho importante e ficamos ansiosos, pedindo inclusive para adiar a data da apresentação. “Sua ansiedade diminui e isso provoca uma sensação de alívio temporário. Porém, aqui se inicia um ciclo, pois quando alguma coisa está desencadeando o medo, evitá-la traz uma sensação boa e porque traz uma sensação boa, está reforçando a ansiedade. Portanto evitá-la só vai aumentar sua ansiedade e você ficará refém dela”, exemplifica.

 

A psicanalista complementa que esse ciclo também pode trazer alterações físicas, visto que o corpo reage da mesma maneira para a imaginação ou para a realidade, sentindo-se ameaçado e em perigo, e aciona o mecanismo de luta ou fuga, disparando hormônios que levam aos sintomas ansiosos, última etapa do ciclo vicioso da ansiedade.  “Além disso, a percepção dos sintomas ansiosos, nos levam a mais medos como: infartar, enlouquecer, morrer, assim como mais pensamentos e imagens catastróficas, reforçando as crenças negativas e retroalimentando o ciclo da ansiedade”, alerta.


Após o acompanhamento psicológico, Juliana Paes diz entender melhor a importância dos cuidados com a saúde mental e alerta que precisamos compreender e identificar o que estamos sentindo e buscar ajuda.

 

Andrea reitera que informação e acolhimento são fundamentais, pois, dentro de um quadro clínico de ansiedade ou pânico, a pessoa que sofre não vê com clareza quais fatores desencadeiam as crises, já que a raiz do problema pode ser encontrada em diversos pontos, como uma frustração, conflitos pessoais internos, alguma crença, entre muitos outros. “Porém, seja qual for a causa, é preciso aprender a lidar com o que foge ao nosso controle e também desacelerar os processos internos para promover o equilíbrio físico e mental”, ensina.

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