O desgaste dos discos intervertebrais - constituídos por tecido cartilaginoso e elástico cuja função é evitar o atrito entre uma vértebra e outra, acontece com o tempo e o uso repetitivo facilita a formação de hérnias de disco, ou seja, parte deles sai da posição normal e comprime as raízes nervosas que emergem da coluna. A condição é um problema de saúde que muitos praticantes de atividades físicas, atletas, idosos, entre outros públicos costumam apontar. Porém, será que ela também pode ocorrer em pessoas mais jovens?

 

De acordo com o fisioterapeuta responsável pela rede de clínicas Doutor Hérnia, André Pêgas, a hérnia de disco é uma patologia bastante rara entre crianças e adolescentes, mas ainda assim, existem casos que precisam de investigação.

 

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“Quando um jovem apresenta hérnia de disco, possivelmente ela provém de um trauma anterior, como uma queda de um local muito alto ou um acidente de carro, por exemplo. Nessas situações traumáticas, se o corpo do adolescente for suscetível a esse tipo de condição, ele pode acabar tendo de lidar com sintomas ao longo da vida”, explica.

 



 

De igual para igual

 

Ainda segundo o especialista, não existe nenhuma relação entre as mudanças ligadas aos hormônios e ao crescimento do organismo com o aparecimento das hérnias na adolescência.  “O que pode acabar contribuindo, na realidade, são as sobrecargas vertebrais relacionadas à postura em adolescentes que passam o dia inteiro no celular ou no videogame, sentados em posições inadequadas”, adverte o fisioterapeuta Laudelino Risso.

 

Além disso, também não existem diferenças de hérnias entre meninos e meninas, visto que a estrutura da coluna em ambos é a mesma. “Por esse motivo, estima-se que a incidência de hérnia de disco entre homens e mulheres é equivalente de 50% para cada, sem distinção”, destaca André  Pêgas.

 

Análise criteriosa

 

Caso o adolescente esteja se queixando de intensas dores na região da coluna, o fisioterapeuta sugere que seja feita uma análise mais aprofundada para entender a origem e se, de fato, se trata de uma hérnia de disco.

 

“Em especial os jovens que possuem sintomas de radiação nas pernas ou braços precisam de uma análise de imagem mais criteriosa para entender se existe uma predisposição genética. Ainda assim, são casos extremamente raros”, enfatiza. 

 

 

O diagnóstico apropriado também pode ajudar descartar a condição caso o paciente esteja lidando com outros problemas de saúde por trás dos sintomas de dores na coluna, como tumores intramedulares ou vertebrais. 

 

O tratamento da hérnia de disco depende do quadro em que o paciente está. Mas a fisioterapia é uma grande aliada de quem sofre com essa condição, já que ela contribui para a melhora da contratura — processo no qual o músculo não volta para o lugar após se movimentar. Em situações mais graves, é feita a cirurgia conhecida como microdiscectomia, que se baseia na retirada da hérnia.

 

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.

 

 

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