Caminhar ao ar livre é uma oportunidade para curtir a natureza. Apreciar a paisagem é agradável e prazeroso, uma oportunidade para espairecer e manter a mente focada naquele instante. Já a caminhada na esteira é estar em um ambiente controlado com a possibilidade de escolher a velocidade e aumentar a inclinação.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Quando questionado sobre os benefícios da caminhada na esteira ou na rua, o profissional de educação física Raphael Carvalho, professor do curso de emagrecimento e metabolismo da Faculdade Uniguaçu, é categórico. “As atividades proporcionam os mesmos benefícios para a saúde: fisiológicos, cardiovasculares, respiratórios, metabólicos e musculares, que reduzem o risco de doenças como diabetes, hipertensão arterial, obesidade, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC)”.
Ainda segundo Raphael, o que muda é o controle da intensidade (velocidade) do exercício. "Na esteira conseguimos manter de maneira mais específica uma determinada intensidade de esforço, já que há a marcação da velocidade em km/h, e isso seria um aspecto interessante para trazer maior rigor para a prescrição da caminhada, visto que não ficaria tão subjetivo a velocidade que a pessoa deveria manter durante o exercício", pontua.
Já a caminhada na rua pode tem como caracetrística a quebra da monotonia, por proporcionar uma maior interação do praticante com o ambiente, com a natureza e com as pessoas ao seu redor. "É indiscutível que esse é um aspecto que deve ser levado em consideração, pois para muitas pessoas treinar na esteira é algo monótono e chato, justamente por durante todo o exercício ter a mesma visualização do ambiente, o que pode dificultar o prazer e a aderência ao exercício", diz Raphael.
Em termos de segurança e proteção para as articulações, não há diferença significativa em fazer exercícios na esteira ou na rua, desde que o local escolhido ao ar livre tenha um terreno adequado, sem buracos e desníveis. Caso a escolha por um terreno dessa maneira não seja possível, é preferível optar pela esteira para que se tenha menores riscos de quedas, torções e lesões.
As variações do terreno na rua podem proporcionar vantagens e desvantagens. A principal e mais perigosa desvantagem é o risco de torções e lesões articulares ou musculares, caso seja uma rua com buracos e desníveis no asfalto, o que implica maior necessidade de atenção e cuidados por parte do praticante.
- Andar 7.500 passos por dia ajuda a reduzir sintomas de asma, mostra estudo
- Correr envelhece o rosto? Mitos e verdades sobre cuidados com a pele
“Já em relação às vantagens, podemos salientar que mudanças interessantes como pequenas subidas (aclive) podem trazer variações na intensidade do exercício, o que poderia inclusive ser um aspecto importante para obter mais resultados benéficos fisiológicos, como o aumento da saúde cardiovascular e da função muscular”, comenta Raphael.
A meta da maioria das pessoas é obter bons resultados e a perda de peso. Raphael indica que, para alcançar as metas, a atividade precisa ser bem prescrita. Tanto a caminhada na rua como na esteira promovem aumento do gasto calórico total no dia, aspecto que é importante para o emagrecimento. Além disso, as duas atividades geram adaptações (mudanças) no organismo que impactam no aumento da função cardíaca, muscular, enzimática e metabólica, que eleva a capacidade do organismo metabolizar (queimar) gorduras durante os momentos em que não se está realizando exercícios.
Dentre as diversas estratégias que as pessoas podem realizar para se beneficiar da caminhada para a melhora da saúde e para o emagrecimento, Raphael destaca a necessidade de se aumentar a intensidade (velocidade) de forma progressiva. Assim, se a pessoa está saindo do sedentarismo, pode começar por uma caminhada mais leve, mas, conforme a condição física vai melhorando, pode passar para intensidades maiores, ou seja, aumentar a velocidade, caminhando mais rápido ou até mesmo a correr.
É importante que a pessoa não mantenha a mesma intensidade (velocidade) durante todo o programa de treinamento, mas aumente a intensidade conforme sua condição física melhore, pois dessa maneira ela continuará a obter benefícios para o organismo.
Para as pessoas que possuem problemas articulares, musculares ou que tem alguma doença cardiovascular, a caminhada na rua ou na esteira proporciona as mesmas magnitudes de adaptações (mudanças) fisiológicas benéficas. Então, a escolha se será na rua ou na esteira vai mais ao encontro de aspectos como segurança do terreno, quebra de monotonia e melhor controle de intensidade do exercício.
Para uma prescrição de exercícios de forma mais criteriosa, é preciso uma avaliação física inicial, para que o profissional possa identificar a necessidade específica de cada indivíduo, e, dessa maneira, estruturar e planejar o treinamento de forma mais assertiva, levando em consideração dificuldades e limitações físicas. “O principal é sabermos que o exercício físico é fonte de vida com mais qualidade, sendo assim, faça exercícios, seja na rua ou na esteira”, aponta Raphael.