Dos quase 37% dos brasileiros que passam três horas ou mais por dia nas redes sociais, 43,5% possuem diagnóstico de ansiedade, segundo relatório feito pelo Instituto Cactus e AtlasIntel, chamado “Panorama da Saúde Mental”. Realizado com 3.266 pessoas, no final de 2023, o documento é um índice que reflete o estado geral da saúde mental da população brasileira acima de 16 anos.
Segundo a psicanalista Andrea Ladislau, limitar o tempo de uso do celular e das redes sociais é fundamental para o equilíbrio emocional e controle de sintomas indesejáveis, como a ansiedade. O consumo excessivo das redes, como especialista explica, impacta negativamente à saúde mental e pode provocar gatilhos que geram problemas de autoimagem, diminuição da autoestima, menor interação presencial com as pessoas, estimulando a fobia social, maior exposição a fake news e ao cyberbullying; nomofobia (medo de não estar conectado), alterações do sistema mental de recompensas, entre vários outros prejuízos à vida do indivíduo.
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“É sabido também que muitas pessoas com depressão buscam as redes sociais como um sentido de fuga da realidade. Para evitar contato com o outro ou mesmo a necessidade de ter que expressar o que sente - pontos cruciais na contribuição do aumento da ansiedade em níveis fora do normal ", destaca frisando que nesses casos, a necessidade de uma mudança de comportamento em relação ao uso de celulares e consumo das redes sociais. "Não importa a idade ou o gênero, o uso excessivo estimula doenças emocionais e também físicas que, se não tratadas a tempo, podem ser irreversíveis”, alerta a especialista.
Andrea lembra que é importante fazer pausas constantes e periódicas durante o uso de redes como uma das medidas mais assertivas e que traz resultados rápidos, apresentando:
- Diminuição da ansiedade
- Controle da depressão
- Redução da baixa autoestima
- Melhor conscientização da imagem corporal
- Sentimento de desaceleração
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“Devemos estar sempre atentos ao tempo que designamos para estar frente ao celular, aos eletrônicos e as redes sociais. É necessário desligar-se, fazer pausas e ocupar o tempo com atividades simples e prazerosas, para diminuir e evitar a dependência, provocada pelas alterações cerebrais que impulsionam o uso da internet, impactando negativamente no bem-estar físico e psicológico do ser humano”, diz.
Uma dica é substituir as telas por um livro físico, uma boa conversa com amigos, filhos e familiares. Aplicar a calma e paciência para saborear e degustar um alimento, apreciando cada nota de sabor, ouvir uma boa música relaxante, deitar e se permitir não fazer nada ou fazer uma atividade física prazerosa, são algumas das orientações que podem salvar dias e ajudar, positivamente, as mudanças comportamentais. "Essas dicas irão facilitar e promover relações pessoais, profissionais, íntimas e acadêmicas, mais leves e tranquilas, uma vez que a ansiedade ou qualquer outro desconforto emocional, está fora do páreo”.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.