Geralmente, na adolescência, a  endometriose pode surgir de forma mais leve e dificilmente tem indicação para uma cirurgia -  (crédito: Pixabay)

Geralmente, na adolescência, a endometriose pode surgir de forma mais leve e dificilmente tem indicação para uma cirurgia

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A endometriose atinge os órgãos pélvicos femininos, muitas vezes já no período da adolescência, podendo se intensificar na fase adulta. Por ser uma doença inflamatória, pode afetar de maneira extrema a qualidade de vida de uma menina que já possui muitas dúvidas em relação às mudanças do próprio corpo decorrente dessa fase da vida.

 

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Segundo o ginecologista e diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), Marcos Tcherniakovsky, a endometriose é prevalente no período chamado de menacme, que é aquela fase em que a mulher menstrua. "Ele vai desde a sua primeira menstruação, que hoje pode acontecer por volta dos nove, dez, ou onze anos, chamada de menarca, até a última menstruação, que é o período da menopausa. O menacme é o período que a mulher tem a maior probabilidade de desenvolver a doença", comenta o médico.

 

 

Entre os sinais de alerta da endometriose na adolescência, estão: muita indisposição física; forte dor pélvica; problemas intestinais; ciclos menstruais muito curtos; desconforto ao urinar ou defecar; dores abdominais periódicas ou constantes; dor durante a relação sexual (caso ela já tenha iniciado sua vida sexual).

Ninguém é muito jovem para ter endometriose

Segundo o site Endometrioses.org, fórum global de informações e notícias sobre endometriose, adolescentes e mulheres na faixa dos 20 anos não são jovens demais para ter endometriose. A maioria das mulheres apresenta sintomas durante a adolescência, mas muitas não são diagnosticadas e tratadas antes dos 20 anos.

 

 

Ainda segundo o site, muitos médicos ainda acreditam que endometriose é rara em adolescentes e mulheres jovens, o que dificulta ainda mais o diagnóstico. "Adolescentes que têm muita dor, incapacidade de menstruar, deixam de ir para a escola, de praticar esportes. Pode ser um alerta de endometriose", diz Marcos Tcherniakovsky.

O que deve mudar no estilo de vida

Segundo o ginecologista, a primeira coisa a se fazer é desmistificar, mostrar para a jovem que a doença tem controle e que as lesões, que porventura o médico venha a retirar ou tratar, podem retornar. "É possível conviver muito bem com a endometriose. Hoje nós damos muita importância para a parte de nutrição, sendo comum nós indicarmos uma nutricionista. Existem  alimentos mais inflamatórios do que outros, como a carne vermelha, por exemplo. O nutricionista vai indicar e explicar a importância de uma boa alimentação para a paciente", recomenda Marcos.  

O especialista diz que a ajuda de um psicólogo e estimular a atividade física na adolescência são indicações benéficas. "Não existe motivo para não se realizar exercícios físicos, principalmente porque a endorfina, que é o nosso próprio hormônio interno, é o melhor anti-inflamatório endógeno que nós temos. Os exercícios físicos estimulam a produção de endorfina e isso acaba sendo importante no tratamento da jovem. Então a primeira coisa é tranquilizá-la e mostrar que ela tem condições de conviver muito bem com isso. Geralmente, nessa fase, a  endometriose pode surgir de forma mais leve e dificilmente possui indicação para uma cirurgia".