A baixa umidade do ar pode comprometer a lubrificação ocular, causando sintomas como vermelhidão, irritação, ardência, sensação de areia nos olhos e até embaçamento visual -  (crédito: Freepik)

A baixa umidade do ar pode comprometer a lubrificação ocular, causando sintomas como vermelhidão, irritação, ardência, sensação de areia nos olhos e até embaçamento visual

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Sem previsão de chuva para aliviar a seca e com uma das capitais brasileiras com os piores índices de umidade do ar, Minas Gerais sofre com o tempo seco que pode oferecer riscos à saúde, como desidratação, irritações respiratórias e agravação de doenças, como asma e bronquite. Mas não são só os sintomas respiratórios que são agravados, como também os problemas nos olhos - sendo muito comum o uso do soro fisiológico para aliviar a secura ocular, hábito contraindicado por oftalmologistas.  

 

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A lágrima é composta por três partes: aquosa, oleosa e mucina, essa última é integrada por muco, proteínas e vitaminas - importantes para a superfície ocular. Então, quando há a sensação de olho seco,  se deve pela deficiência de uma ou mais dessas camadas. "Quando o soro é utilizado, adicionando apenas água aos olhos, seu excesso faz com que “lave” as camadas lipídicas e mucina, restando um olho rico em água e deficiente em camadas de proteção. Ou seja, o soro fisiológico gera um alívio momentâneo mas logo após, o olho volta a ressecar pela falta das outras camadas", explica o oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais (IOMG), Leonardo Coelho Gontijo.  


 


O tratamento incorreto da secura ocular, não só provoca desconforto, mas também compromete a barreira de proteção natural dos olhos, aumentando a probabilidade de infecções e outras doenças oculares. E, para além de não ser a medida mais eficiente, o soro fisiológico também pode aumentar as chances de infecções caso o recipiente esteja contaminado. 


O que usar? 

 

A baixa umidade do ar pode comprometer a lubrificação ocular, causando sintomas como vermelhidão, irritação, ardência, sensação de areia nos olhos e até embaçamento visual. Nesse caso, Leonardo recomenda o uso de colírios lubrificantes, que restabelecem o equilíbrio entre as camadas. "O soro é recomendado apenas para lavar os olhos em casos de conjuntivite ou contato com substâncias químicas ou corpo estranho (cisco)", afirma o especialista. 


Porém, como o oftalmologista ressalta, caso os sintomas persistam ou o paciente sinta a presença de um corpo estranho nos olhos, vermelhidão ao final do dia e sensibilidade à luz, os sintomas passam a ser relativos a outras doenças. "Isso requer avaliação médica", indica. 

 

Luz Pulsada

 

Além das medidas mencionadas, Leonardo revela que hoje existem tratamentos avançados para tratar a síndrome do olho seco - anomalia que atrapalha a produção ou a qualidade da lágrima, provocando o ressecamento da superfície do olho. A condição é comum em idosos e alérgicos.   

 

 

"A luz pulsada tem como objetivo ativar o sistema nervoso parassimpático fazendo as glândulas lacrimais acessórias voltarem a trabalhar de forma correta. Faz mais sentido, pois este trata realmente a causa do olho seco ao invés de tratar a consequência. Dessa forma o paciente volta à estabilidade sem ficar refém do uso de colírios o tempo todo". 

 

Vale destacar que para o melhor diagnóstico e tratamento da secura ocular, cada caso deve ser abordado individualmente com colírios direcionados para a camada deficiente daquele paciente específico.