Com a suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil, outras redes sociais registraram um grande crescimento em suas atividades. É o caso do Bluesky, que bateu a marca de 10 milhões de usuários recentemente. 
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O aumento da presença nas redes sociais é um dos fatores de risco para o problema, diz especialista

Com a crescente presença das redes sociais no dia a dia, um fenômeno psicológico tem chamado a atenção de especialistas: a Síndrome do FOMO (Fear of Missing Out), ou o medo de estar perdendo algo. Segundo a psicóloga Anahy D’Amico, esse sentimento afeta principalmente jovens e adultos conectados à internet, que se veem constantemente comparando suas vidas com as dos outros.

 


 

"FOMO é a ansiedade gerada pela percepção de que os outros estão aproveitando a vida mais do que você", explica Anahy. "Essa sensação surge, principalmente, quando estamos nas redes sociais e vemos fotos de viagens, eventos ou conquistas alheias, criando a ilusão de que todos ao nosso redor estão vivendo experiências mais interessantes ou satisfatórias”.


 

Os principais sintomas da síndrome, de acordo com a psicóloga, incluem:

 

  1. Ansiedade constante: a pessoa fica ansiosa ao ver postagens de amigos ou colegas participando de eventos ou atividades que ela não pode ou não consegue acompanhar
  2. Dificuldade de concentração: o medo de perder algo relevante pode fazer com que a pessoa tenha dificuldade de focar no que está fazendo no momento
  3. Insatisfação crônica: há uma sensação persistente de que a vida pessoal não é tão interessante ou satisfatória quanto a dos outros
  4. Uso compulsivo de redes sociais: quem sofre de FOMO geralmente fica preso a ciclos repetitivos de checar redes sociais para se manter atualizado sobre o que os outros estão fazendo
  5. Baixa autoestima: comparações constantes com a vida dos outros podem resultar em uma visão negativa de si mesmo

 

Anahy também ressalta que a exposição excessiva a conteúdos de redes sociais intensifica esse comportamento, levando a um ciclo vicioso de ansiedade e insatisfação. "As pessoas não compartilham os momentos comuns ou difíceis de suas vidas nas redes. Por isso, quem vê as postagens fica com a impressão de que sua vida é menos interessante, o que pode causar um impacto negativo na autoestima e no bem-estar emocional”.


 

A psicóloga recomenda que aqueles que se identificam com esses sintomas considerem limitar o tempo nas redes sociais e pratiquem o autocuidado. "É importante desconectar-se por momentos e entender que a vida real, com suas complexidades, não é apenas o que se vê online. Reconectar-se com o que realmente traz satisfação e valor pessoal é essencial para reduzir o impacto do FOMO”.


 

Com a popularização do termo e a crescente atenção de especialistas, a FOMO vem sendo cada vez mais debatida no campo da saúde mental. As intervenções sugeridas envolvem, além de reduzir o tempo online, a prática de atividades que promovam o bem-estar, como exercícios físicos, meditação e interação social presencial. "O medo de perder algo nos desconecta do presente. Precisamos lembrar que as verdadeiras experiências de vida acontecem fora das telas”, recomenda. 

 


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