E a dica preciosa é: faça um bom pré-natal. O acompanhamento ao longo da gravidez reduz os riscos da prematuridade e aumenta a possibilidade de um parto bem sucedido. -  (crédito: StockSnap pixabay)

E a dica preciosa é: faça um bom pré-natal. O acompanhamento ao longo da gravidez reduz os riscos da prematuridade e aumenta a possibilidade de um parto bem sucedido.

crédito: StockSnap pixabay

Você já ouviu falar sobre o útero de substituição? Esse processo ocorre quando uma pessoa gesta um bebê em nome de outra. É uma opção é frequentemente buscada por mulheres que não podem engravidar, casais homoafetivos masculinos e homens solteiros que desejam ser pais. Nessa dinâmica, uma segunda pessoa assume a gestação, 'emprestando' seu útero para que o bebê possa se desenvolver até o nascimento.

 

Segundo a ginecologista Maria Clara Magalhães dos Santos Amaral, especialista em reprodução humana da Origen BH, o útero de substituição não é um procedimento cotidiano, mas também não é considerado extremamente raro. Ela explica que essa opção é indicada para mulheres com má formação uterina; ou que não tenham útero,  ou quando há contraindicações formais para a gravidez, como fatores de alto risco que podem comprometer a saúde da mulher ou do bebê. “O útero de substituição é uma alternativa valiosa. Embora não seja um procedimento realizado com frequência, ele oferece uma solução segura e eficaz para quem enfrenta dificuldades em engravidar”, diz Maria Clara.

 

 

 

O processo começa quando um casal heterossexual com alguma das situações citadas acima deseja ter um bebê, mas enfrentam obstáculos para realizar esse sonho. Após a decisão conjunta, entre a equipe médica e os envolvidos, de que o útero de substituição é a melhor opção, eles (os próprios pacientes) indicam uma possível candidata. A equipe então avalia cuidadosamente as características dessa pessoa, incluindo sua condição de saúde e o fato de já ter filhos, pois  alguns fatores podem impedi-la de participar do processo. "São analisados vários aspectos, desde a saúde física e psíquica,  até questões relacionadas à maternidade anterior (é obrigatório que a cedente temporária do útero tenha pelo menos um filho vivo), algumas condições podem desqualificá-la para o procedimento", explica a ginecologista.

 

 

Somente após essa avaliação inicial é que todos os envolvidos são convidados para uma consulta coletiva, onde passam por uma avaliação psicológica para garantir que compreendem bem o processo e as relações envolvidas. "O fato de um bebê ser gestado por outra pessoa traz implicações para todos os envolvidos, muitas delas de ordem emocional", comenta Maria Clara.

 

 

A especialista esclarece que todo o acompanhamento é feito de maneira bastante detalhada. Quando, do ponto de vista médico e psicológico, tudo está alinhado, e a candidata é parente de até 4º grau do paciente ou casal, o tratamento padrão é seguido. No entanto, se a candidata ao útero de substituição não for parente, é necessário submeter uma solicitação ao Conselho Regional  de Medicina, incluindo toda a documentação exigida com  as informações sobre a doadora escolhida, e aguardar a devida autorização.

 

Quando se opta pelo processo de útero de substituição, o procedimento da medicina reprodutiva é a fertilização in vitro (FIV) – quando o embrião é formado em laboratório, com espermatozoide e óvulo, e depois transferido para o útero. A mulher que aceita gestar um bebê por meio do útero de substituição é 100% voluntária no processo, ou seja, não pode haver nenhum tipo de transação financeira. É estritamente proibido estabelecer qualquer tipo de relação comercial, seja financeira ou não, durante o processo. Não é permitido propor nada à gestante, e deve-se evitar qualquer vínculo comercial. “Trata-se de uma gestação motivada pelo amor a outra pessoa. Quando percebemos que a candidata não tem condições de sustentar o processo, ele não prossegue”, afirma a especialista.



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