A cetamina e seus derivados são medicamentos, inicialmente usados como anestésicos, mas que também se destacaram como uma das maiores inovações em saúde mental dos últimos anos. Em 2019, o Federal Drug Administration (FDA), órgão que regula medicamentos nos EUA, aprovou o uso da cetamina para tratar casos graves de depressão que não respondem a outros tratamentos.

 

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Além disso, a cetamina foi incluída na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos últimos anos, o número de casos de depressão que não melhora com pelo menos dois tipos diferentes de antidepressivos tem aumentado significativamente, o que torna ainda mais urgente a busca por novas formas de tratamento.

 



 

De acordo com Leonardo Boni, anestesiologista da Anescorp (Anestesia e Terapia Infusional), a cetamina é conhecida por sua ação rápida. "Com muitos pacientes relatando alívio dos sintomas em questão de horas, o que contrasta com os antidepressivos tradicionais, que podem levar semanas”, pontua o médico.

 

 

No entanto, ele destaca que, embora eficaz, o tratamento com cetamina exige uma avaliação cuidadosa e um monitoramento devido às suas contraindicações. “A colaboração entre o paciente e a equipe de saúde é essencial”, afirma.

 

 

O anestesiologista Newton Teixeira Franco relata como é o processo da cetamina no organismo. “Estudos indicam que 50-70% dos pacientes com depressão refratária sentem melhora já na primeira sessão de cetamina, mas para alcançar um resultado efetivo e duradouro, é necessário seguir um plano de tratamento que inclui várias sessões. Esse plano é fundamental para garantir resultados consistentes e a continuidade do tratamento psiquiátrico é crucial para a manutenção dos benefícios alcançados”, explica.

 

Durante a Guerra do Vietnã, a cetamina foi utilizada por sua capacidade de manter os sinais vitais dos soldados feridos, facilitando sua remoção em segurança.

 

Nas últimas duas décadas, seu uso e pesquisa têm sido indicado para tratar pacientes que não tiveram melhora significativa no quadro de depressão com outros medicamentos antidepressivos. Essa condição chamada de depressão refratária, ou depressão resistente ao tratamento, acontece com pacientes que não respondem adequadamente a pelo menos dois diferentes tratamentos antidepressivos.

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