Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as mortes por doenças cardiovasculares têm aumentado significativamente em todo o mundo. Anualmente, 400 mil brasileiros perdem a vida devido a essas enfermidades, e, a cada 90 segundos, uma pessoa morre por doença cardiovascular no país, totalizando 46 óbitos por hora. Esses números revelam uma grave crise de saúde pública.

 

De acordo com o cardiologista Flávio Cure, é cada vez mais importante alertar a população para os principais fatores de risco, como sedentarismo, estresse, obesidade, diabetes, abuso de álcool e cigarro, e colesterol alto, entre outros que podem aumentar a probabilidade de infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC).

 

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“Muitas vezes, as doenças cardíacas são silenciosas, e o indivíduo acaba não buscando o tratamento adequado. Muitos sintomas não são específicos de doença cardíaca, como dor no peito, que pode ser causada por alterações digestivas, dores no esôfago e falta de ar, que podem estar associadas a problemas pulmonares. É necessária uma avaliação rigorosa feita por médicos capacitados para fazer um diagnóstico correto”, alerta o cardiologista, também coordenador do Centro de Estudos do Hospital CopaStar.

 

Todas as idades requerem atenção

 

Embora as doenças cardiovasculares sejam mais comuns em pessoas mais velhas, os jovens também precisam cuidar da saúde do coração. Flávio ressalta que neste momento, onde cada vez mais crianças e jovens têm excesso de peso, são sedentários e consomem dietas desequilibradas, pode haver uma antecipação do aparecimento de doenças cardiovasculares.

 



 

“Os fatores genéticos podem fazer com que hipertensão, diabetes e colesterol alterado se manifestem mais cedo. Em indivíduos sem essa predisposição, mas que são sedentários, fumam ou se alimentam de forma inadequada, podem provocar reações inflamatórias que desencadeiam doenças cardiovasculares precocemente”, explica o especialista.

 

 

Além disso, fatores de risco como estresse, ansiedade, depressão, abuso de álcool, drogas e até o consumo de energéticos podem aumentar o risco de desenvolver arritmias em jovens. “Os sintomas costumam incluir palpitações, falta de ar e dor no peito. Em casos mais graves, isso pode levar a complicações como insuficiência cardíaca ou AVC”.

 

 

Esporte X coração

 

Atletas, que são expostos à atividades físicas excessivas, também devem cuidar da saúde do coração. Segundo  Flávio Cure, os cuidados antes de iniciar um regime de exercícios são:

 

  1. Consultar um médico
  2. Fazer alongamento e aquecimento sempre antes de se exercitar
  3. Manter-se hidratado
  4. No caso de dor articular, diminuir a intensidade do exercício com orientação de um profissional do esporte

 

“Antes de iniciar uma prática mais intensa, é importante realizar um teste ergométrico, que mede a frequência, o ritmo cardíaco e a pressão arterial. Nesse exame, podemos avaliar sintomas que surgem com o esforço e a capacidade funcional do indivíduo”, explica o cardiologista.


Entre os exames importantes, o cardiologista destaca:

 

  • Ecodopplercardiograma: exame que avalia a anatomia e a funcionalidade do coração, podendo detectar doenças que contraindiquem a prática de exercícios mais intensos
  • Angiotomografia das coronárias: avalia com precisão a presença de obstruções na circulação das coronárias. Em indivíduos com mais idade e com mais fatores de risco, sua realização é essencial, já que algumas doenças podem ser assintomáticas

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.

 

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