A médica e cirurgiã de cabeça e pescoço,  Andressa Teruya Ramos, detalha acerca dos mitos e verdades com relação ao surgimento do câncer de boca.

 

 



O câncer de boca pode afetar lábios, gengivas, bochechas, céu da boca, língua e região embaixo da língua?

Sim, todas essas são as áreas da cavidade oral que podem ser afetadas pelo câncer de boca.


Manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas na boca podem ser sinais desta neoplasia?

Sim. Podem ser lesões precursoras ou tumores iniciais.


Não há sangramentos, apenas lesões.

Mito. Podem ter áreas escondidas que nós só conseguimos ver pequenos sangramentos.


Todos os nódulos no pescoço podem estar relacionados com o câncer de boca, garganta ou pescoço?

Mito. Linfonodos contém células de defesa e fazem parte do nosso sistema imune. Infecções e inflamações também aumentam linfonodos, chamados linfonodos reacionais.


Causa rouquidão persistente?

Mito. Tumores de laringe causam rouquidão. Tumores de boca podem alterar a voz pela perda da mobilidade da língua, mas não geram rouquidão.


A pessoa pode ter dificuldade para falar, mastigar ou engolir?

Verdade. A alteração do movimento da língua gera todas essas alterações que tendem a piorar à medida que o câncer aumenta e normalmente está associada à dor.

 

Tabagismo e álcool podem ocasionar?

Sim, são os principais fatores de risco para o câncer de boca. O cigarro possui componentes carcinogênicos (que estimulam a célula a ter uma mutação e consequentemente o câncer) e o dano térmico direto a mucosa também é um fator de risco. O álcool agride a mucosa e em grandes quantidades ou no consumo diário, não dá tempo de recuperação ao tecido e aumenta o risco de mutação dessa célula.


E sexo oral pode provocar?

Verdade. O sexo oral sem preservativo permite a infecção pelo HPV que possuiu alguns subtipos relacionados ao câncer de orofaringe (parte de trás da língua e amígdalas). O HPV tem predileção pelo tecido linfoide e tende a agredi-lo e gerar tumores nessa região. Hoje há uma vacina que previne os tumores relacionados ao HPV e o ideal é que seja tomada durante a infância, antes do primeiro contato sexual.

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