O surgimento de mancha branca na pele pode gerar confusão naqueles que observam a alteração. A dúvida ocorre normalmente se é sinal de vitiligo, hanseníase (em fase inicial) ou pitiríase versicolor, que é conhecida popularmente como pano branco. Apesar da marca em comum, os problemas são diferentes - têm outros sintomas, causas e tratamento.

O vitiligo é uma doença autoimune, sem causa conhecida, que pode ter relação genética. Aproximadamente em 1% dos casos algum familiar foi diagnosticado com o problema.  É conhecida pelo surgimento de manchas brancas com extremidades bem demarcadas, que se tornam mais intensas com o tempo. Atinge geralmente pessoas entre os 20 anos.
 



O diagnóstico de vitiligo é feito por avaliação médica e, em alguns casos, por biópsia. Para tratar a doença, são combinadas medicações tópicas – que devem ser passadas na pele - e orais. Também ajuda no retorno da pigmentação a fototerapia, que impede que a doença evolua.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria mycobacterium leprae. A transmissão ocorre por gotículas eliminadas pelas vias aéreas superiores durante fala, espirro e tosse. Para que uma pessoa seja contaminada, precisa manter contato prolongado com quem está infectado sem realizar o tratamento adequado. A doença não é transmitida por abraços, apertos de mão, uso de talheres e/ou roupas.
 
O principal sintoma da hanseníase é a falta de sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque na área atingida. Também pode causar dor e diminuir suor e pelos na região afetada. Em seus primeiros estágios, surge uma mancha esbranquiçada, que também pode ser vermelha ou marrom.  Caso não seja tratada, a doença leva à perda de movimentos, feridas e até a amputação de membros.

O diagnóstico é feito por exame clínico, que investiga a presença do micro-organismo nas lesões, ou biópsia da região que apresenta alterações. O tratamento é feito com antimicrobianos, que devem ser ingeridos durante seis a 12 meses.

A pitiríase versicolor, também conhecida como pano branco, é uma micose causada por fungos do gênero malassezia. São sintomas: manchas ovais  esbranquiçadas, que também podem ser vermelhas, geralmente no pescoço, braços e troncos. Causa coceira e descamação, diferente do vitiligo e da hanseníase.
 

Podem favorecer o surgimento do pano branco: verminosas, desnutrição e sudorese em excesso, pois fungos se proliferam em ambientes úmidos e quentes. O diagnóstico é feito por análise da pele. Para tratar o problema, são utilizados antifúngicos orais ou tópicos. É comum e contraindicada a aplicação de cremes e outras medicações com corticoides, que pioram os sintomas.

Usar roupas que permitam a pele respirar, diminuindo a transpiração em excesso, e evitar uso de produtos oleosos, são formas de prevenção.

A dermatologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Maria Fernanda Camargo, acrescenta que o diagnóstico e o tratamento devem ser feitos por especialista para evitar a piora do quadro e consequentemente da saúde e da autoestima do paciente. “Os problemas podem gerar confusão a depender da fase que surgem, por isso a consulta com médico é essencial”, recomenda.
 
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