Com o aumento de alérgenos no ar, como pólen e poeira, durante a primavera podem surgir diversas condições oculares -  (crédito: Freepik)

Com o aumento de alérgenos no ar, como pólen e poeira, durante a primavera podem surgir diversas condições oculares

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É comum associar o inverno ao surgimento de problemas oculares, devido ao clima frio e seco, mas a primavera também exige atenção especial à saúde dos olhos. Com o aumento de alérgenos no ar, como pólen e poeira, durante essa estação podem surgir diversas condições oculares, que não devem ser subestimados, especialmente para aqueles com predisposição a alergias.

 

De acordo com o médico oftalmologista, preceptor de cirurgia oftalmológica na Faculdade de Ciências Médicas e diretor da Ampla Oftalmologia, Tiago César, os principais problemas oculares nesta época do ano incluem conjuntivite alérgica, síndrome do olho seco, blefarite e até urticária ocular.

 

 

“A conjuntivite alérgica é uma das condições mais frequentes, caracterizada pela inflamação da conjuntiva, provocada pela exposição a alérgenos. A síndrome do olho seco também pode ser exacerbada durante a primavera devido ao aumento da evaporação do filme lacrimal por conta do clima mais seco e quente. Já a blefarite, que é a inflamação das pálpebras, tende a ser intensificada pela presença dos mesmos alérgenos.”

 

Entre os sintomas comuns desses problemas, o especialista inclui a coceira intensa nos olhos, vermelhidão, irritação, lacrimejamento excessivo, sensação de corpo estranho nos olhos, fotofobia (sensibilidade à luz), secreção ocular clara e inchaço nas pálpebras.

 

“Esses sinais podem ser bastante desconfortáveis e, se não tratados, podem comprometer a saúde ocular e a qualidade de vida.”

 

Tratamento

 

O tratamento, de acordo com o profissional, varia de acordo com a condição, mas, de modo geral, inclui o uso de colírios antialérgicos, como os anti-histamínicos ou estabilizadores de mastócitos, que ajudam a controlar os sintomas da conjuntivite alérgica. “Lágrimas artificiais são indicadas para lavar os olhos, aliviar irritações e melhorar a lubrificação ocular em casos de olho seco.”

 

 

Em situações mais graves, o médico conta que o uso de corticosteroides tópicos pode ser necessário, mas sempre sob supervisão médica. Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) também são uma opção em casos de inflamação leve. Para pacientes com alergias recorrentes, a imunoterapia pode ser considerada como um tratamento de longo prazo para dessensibilização.

 

Tiago revela que é possível prevenir esses problemas - vale evitar a exposição a alérgenos. Isso pode ser feito mantendo janelas fechadas em dias com alto índice de pólen, usando óculos de sol ao sair de casa para minimizar a exposição, e evitando atividades ao ar livre nos horários de maior concentração de pólen. Higienizar as mãos e o rosto frequentemente também ajuda a evitar o contato de partículas irritantes com os olhos.

 

“É importante manter o ambiente doméstico limpo, utilizando filtros de ar e limpando a casa com frequência, o que também reduz a quantidade de alérgenos.”

 

O uso de lágrimas artificiais de forma preventiva pode ajudar a manter os olhos hidratados e a lavar potenciais irritantes. Evitar esfregar os olhos é indicado, pois esse hábito pode agravar a inflamação e aumentar o risco de infecções secundárias.

 

“Diante dos primeiros sintomas, é fundamental buscar uma avaliação com um oftalmologista para o diagnóstico correto e a indicação do tratamento mais adequado. O uso de colírios, especialmente aqueles com corticosteroides, deve ser feito apenas com orientação médica, para evitar complicações”, ensina Tiago.

 

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