A esclerose múltipla afeta milhões de pessoas globalmente, mas novos tratamentos oferecem esperança (Imagem: MURGROUP | Shutterstock) -  (crédito: EdiCase)

A esclerose múltipla afeta milhões de pessoas globalmente, mas novos tratamentos oferecem esperança (Imagem: MURGROUP | Shutterstock)

crédito: EdiCase

A esclerose múltipla é uma doença crônica e autoimune (mau funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos). Segundo o Ministério da Saúde, a esclerose múltipla afeta entre 2 e 2,5 milhões de pessoas no mundo, em idade produtiva (dos 20 aos 50 anos), com uma incidência estimada de quase nove casos para cada 100 mil habitantes no Brasil.

 

 

A neurologista do Hospital Semper, em Belo Horizonte, Jéssica Rodrigues, explica que a esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune crônica com componentes inflamatórios e neurodegenerativos. “A doença acomete principalmente mulheres em idade fértil (entre 20 e 40 anos) e trata-se de uma condição do sistema nervoso central (SNC), que inclui o cérebro e a medula espinhal”, afirma.

Em relação aos sintomas, de acordo com a médica, eles dependerão da região do sistema nervoso central (SNC) afetada pela doença. “Se atingir os nervos ópticos, o paciente poderá apresentar alterações visuais; se acometer o cerebelo, poderá haver sintomas como desequilíbrio e tontura; se afetar a medula espinhal, o paciente poderá apresentar fraqueza, alterações nos esfíncteres urinário e fecal, além de alterações na sensibilidade”, informa.

 

 

Rodrigues ressalta que a esclerose múltipla (EM) é uma doença multifatorial, ou seja, possui fatores genéticos e ambientais. “Em relação aos fatores de risco ambientais, que são modificáveis, temos: tabagismo, deficiência de vitamina D, obesidade e infecção pelo vírus Epstein-Barr”, explica.

A neurologista destaca que, com o avanço da medicina, houve um progresso significativo no tratamento da esclerose múltipla, ressaltando o arsenal terapêutico extenso que permite a individualização do tratamento conforme as necessidades do paciente. “Atualmente, o que há de mais inovador são as terapias com anticorpos monoclonais, que, dependendo da medicação, possuem diferentes mecanismos de ação. De maneira geral, conseguimos imunossuprimir esses indivíduos a ponto de impedir que formem autoanticorpos (células de defesa que agridem regiões específicas do próprio organismo)”, evidencia.

Jéssica finaliza com recomendações para prevenção da doença. “Quando falamos em prevenção de doenças autoimunes, recomendamos um estilo de vida o mais saudável possível, incluindo a prática de atividade física, alimentação equilibrada, e a abstenção de álcool e cigarro”, explica.