Fisioterapia esportiva, prática comum entre atletas olímpicos, também oferece benefícios para quem busca melhorar a performance -  (crédito: Freepik)

Atlestismo é uma das modalidades esportivass que mais provocam lesõesno quadril

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Todos que praticam algum esporte ou pretendem praticar alguma atividade física devem buscar orientação de um profissional qualificado. O alerta é do ortopedista Eliseu Barros, de Belo Horizonte, especialista em lesões do aparelho locomotor, com foco em lesões esportivas.

Segundo ele, esse cuidado é importante para se praticar corretamente tais modalidades, uma vez que há riscos de lesões, se não executadas adequadamente. Eliseu Barros é também mestre em ciências e possui ampla experiência clínica e cirúrgica no tratamento de patologias do quadril.


Entre as áreas do corpo mais sensíveis está o quadril, principalmente para quem pratica esportes de impacto e repetitivos. Nessa região, as lesões musculares são as mais frequentes, sendo as mais comuns nos músculos iliopsoas, glúteo máximo e adutores.

 

 

As mais graves são as rupturas completas dos músculos e tendões, como do tendão do iliopsoas, do labrum acetabular ((estrutura anatômica em forma de anel que circunda a cavidade da articulação do ombro), e fraturas por estresse do colo femoral.

 

 

 

Consultas ortopédicas

 

Segundo dados do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), as lesões esportivas representam cerca de 25% das consultas ortopédicas no Brasil. Especificamente, lesões no quadril e na virilha são responsáveis por 5% a 10% das lesões em esportes de alta demanda, como futebol e atletismo.


De acordo com Eliseu Barros, “as lesões ocorrem devido a vários fatores, entre eles movimentos bruscos, desequilíbrios musculares, falta de aquecimento adequado, excesso de treinamento, biomecânica inadequada e até mesmo falhas na técnica esportiva”. O quadril, afirma, é uma articulação de carga e está sujeita a forças intensas durante atividades esportivas, especialmente em movimentos rotacionais e de mudança rápida de direção. Mas sofre desgastes.


Entre os esportes praticados no Brasil que mais provocam essas lesões, estão aqueles que envolvem movimentos explosivos, trocas de direção rápidas e impactos repetidos, como futebol, atletismo, corrida, tênis e artes marciais.

Os homens são mais suscetíveis a lesões no quadril em esportes como futebol e artes marciais, enquanto mulheres têm um risco aumentado em esportes que envolvem dança e ginástica, devido a amplitude de movimento exigida e a anatomia específica do quadril feminino. O padrão biomecânico e hormonal também influencia a prevalência de lesões em cada gênero.


Os adolescentes, especialmente aqueles em fase de crescimento rápido, são mais suscetíveis a lesões por sobrecarga, como o deslocamento da cabeça do fêmur proximal.


Conforme explica o ortopedista, atletas jovens envolvidos em esportes de alta intensidade, como futebol e ginástica, têm um risco maior devido à combinação de desenvolvimento físico e prática esportiva intensa. Nesse sentido, todos devem ficar atentos. Os principais sintomas incluem dor na região do quadril, virilha ou coxa, sensação de estalido ou travamento na articulação, redução da amplitude de movimento e, em casos mais graves, incapacidade de sustentar peso no membro afetado.

 

Diagnóstico e tratamento


O diagnóstico é feito através de uma avaliação clínica detalhada, incluindo exame físico, histórico do paciente e imagem, como radiografias e ressonância magnética. O tratamento depende da gravidade da lesão e pode variar desde repouso e fisioterapia, até intervenções cirúrgicas para casos graves, como rupturas completas ou lesões do labrum acetabular, ressalta Eliseu Barros, acrescentando que nos últimos anos, houve avanços significativos no tratamento dessas lesões, como a artroscopia do quadril, que permite tratar lesões intra-articulares com menor invasividade.

Além disso, técnicas regenerativas, como a terapia com células-tronco e plasma rico em plaquetas (PRP), estão sendo estudadas para acelerar a recuperação.


A fisioterapia também é uma ferramenta importante no tratamento. Na verdade, ela é crucial tanto no tratamento conservador, quanto na reabilitação pós-cirúrgica. Ela ajuda na recuperação da amplitude de movimento, no fortalecimento muscular e na reeducação funcional. “Os resultados costumam ser excelentes, especialmente quando o tratamento é iniciado precocemente e adaptado às necessidades individuais do atleta”, observa.


“No caso de falha no tratamento conservador, indicamos, a cirurgia, que também é recomendada para lesões estruturais graves, como rupturas completas de tendões ou lesões labrais extensas e fraturas por estresse que não cicatrizam adequadamente”.


 Também de acordo com Eliseu Barros, diante dos riscos em toda prática esportiva e/ou atividade física de impacto e de movimentos repetitivos, é fundamental que os atletas, profissionais ou amadores, busquem acompanhamento com profissionais especializados em Medicina Esportiva e educador físico qualificado para orientação na prevenção e tratamento de lesões.

 

Também é importante, destaca o médico, a conscientização sobre os sinais e sintomas precoces, que contribuem para uma intervenção mais rápida e efetiva, prevenindo complicações e favorecendo o retorno seguro às atividades esportivas.


A prevenção, enfatiza o médico, envolve a realização de um bom aquecimento antes da atividade física, fortalecimento e alongamento adequados dos músculos do quadril, equilíbrio entre carga e recuperação no treinamento e correção de desequilíbrios musculares e biomecânicos. A prática da técnica esportiva correta e o uso de equipamentos apropriados também são essenciais.