No ritmo atual, quase metade dos adultos brasileiros (48%) terá obesidade até 2044, e outros 27% apresentarão sobrepeso -  (crédito: Pixabay)

No ritmo atual, quase metade dos adultos brasileiros (48%) terá obesidade até 2044, e outros 27% apresentarão sobrepeso

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A obesidade é uma condição crescente que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e sua compreensão requer uma análise profunda de múltiplos fatores. No Brasil, dados de 2023 indicam que cerca de 60% da população adulta é classificada como obesa ou com sobrepeso, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).
 
Embora essa estatística possa gerar preocupação, a médica Flavia Pieroni, assessora científica do São Marcos Saúde e Medicina Diagnóstica, defende uma visão mais positiva a respeito da  perda de peso, que, de acordo com ela,  não precisa ser drástica para começar a trazer benefícios significativos à saúde. 
 
  
Conforme a médica, uma redução de 5% a 15% do peso corporal muitas vezes pode resultar em melhorias notáveis, incluindo a regulação da pressão arterial, diminuição dos níveis de colesterol, controle do diabetes e até mesmo a remissão em casos selecionados.
 
A perda moderada também pode aliviar sintomas de apneia do sono, reduzir dores articulares e melhorar a mobilidade. Esses avanços estão diretamente relacionados à diminuição do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. 
 
  
Em relação a condições de saúde preexistentes, como diabetes tipo 2 e hipertensão,  Flavia Pieroni afirma que a redução de peso corporal pode ter um impacto transformador. “Estudos demonstram que perder pelo menos 15% pode levar à reversão do diabetes tipo 2 nos primeiros anos após o diagnóstico, contanto que a perda seja sustentada. Da mesma forma, a cada 5% de peso perdido, a pressão arterial pode diminuir entre 20% e 30%, resultando em uma menor dependência de medicamentos e melhorando a saúde cardiovascular”, explica. 
  
Para aqueles que desejam alcançar e manter essa perda de peso moderada de forma sustentável, a médica recomenda mudanças abrangentes de estilo de vida. Isso envolve uma alimentação equilibrada, priorizando proteínas e fibras, e reduzindo o consumo de ultraprocessados e açúcares.
 
“A prática regular de atividades físicas, incluindo exercícios aeróbicos e de resistência, é crucial para preservar a massa muscular e manter o metabolismo ativo. Além disso, o planejamento das refeições ajuda a evitar escolhas alimentares impulsivas, e estabelecer metas realistas é fundamental para manter a motivação e a autoestima”,  explica a médica. 
  
Ela também desmistifica algumas crenças sobre emagrecimento, como a ideia de que é necessário atingir um peso “ideal” ou um IMC abaixo de 25 para ser considerado saudável. Ela enfatiza que a perda de qualquer peso é valiosa e que o foco deve estar nas conquistas individuais, independentemente de atingir ou não um peso considerado "magro". 
  
Em um mundo onde a obesidade é frequentemente vista apenas como um problema, a mensagem da médica é clara: o tratamento da obesidade deve ser contínuo e abrangente, com apoio profissional para ajudar na adoção de mudanças de estilo de vida duradouras. Afinal, a saúde vai além do número na balança, e cada passo em direção ao bem-estar deve ser celebrado.