Os casos de sepse, uma resposta grave do organismo a uma infecção, afetam 400 mil brasileiros por ano. Obter um diagnóstico antecipado é fundamental para um tratamento eficaz.
“Senti uma dor na coluna lombar e dificuldade para respirar. Naquele momento, pensei: eu vou morrer", relata Kelley Vieira, jornalista, descrevendo a sensação de proximidade com a morte. Mesmo mantendo uma rotina saudável, ela foi surpreendida por sintomas graves que a fizeram parar no hospital.
Esta resposta grave do corpo a uma infecção pode ter origem em infecções adquiridas em qualquer ambiente. A sepse pode comprometer órgãos e levar à morte. "A sepse não escolhe local, paciente ou situação”, explica a professora e médica Ludhmila Hajjar, do Hospital das Clínicas, em São Paulo.
Segundo o Ministério da Saúde, a sepse mata cerca de 60% dos adultos diagnosticados no Brasil, uma alta taxa atribuída à falta de diagnóstico precoce. Ludhmila destaca que a mortalidade elevada ocorre devido à escassez de treinamento e capacitação em saúde. O programa "Jornada Sepse Zero", do Hospital das Clínicas, busca aprimorar o preparo das equipes para reconhecer e tratar a condição rapidamente.
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Para pacientes com sepse, o tratamento envolve medicações como antibióticos, corticoides e hidratação intravenosa. No Hospital Ophir Loyola, em Belém, um sistema inovador de diagnóstico precoce, que combina biópsia líquida e biologia molecular, reduziu a mortalidade de 60% para 38%. “O método identifica com precisão os pacientes no início da infecção, permitindo ações rápidas”, diz o pesquisador Rommel Burbano, coordenador do laboratório da unidade.
Esse tratamento, com apoio do Ministério da Saúde, será incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo esperança de cura para mais brasileiros. Kelley finaliza com uma reflexão: “Ressignifiquei minha vida. Quem passa por isso entende o que é estar do outro lado e ter a chance de voltar.”
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