Esta segunda-feira (7/10) marca o Dia do Coloproctologista, que lembra que, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, o Brasil deve registrar 45.630 novos casos de câncer colorretal por ano no triênio 2023/2025, totalizando mais de 136 mil diagnósticos no período.

Um dado preocupante, de acordo com a projeção, é que mais de 70% dos casos de câncer colorretal no Brasil são, atualmente, detectados em estágio avançado, o que reduz as chances de cura e torna o tratamento mais complexo.



 

A médica endoscopista e cirurgiã digestiva do Hospital Semper, Bárbara Mascarenhas, explica que a colonoscopia é um exame fundamental para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças do cólon, principalmente do câncer de intestino. “A colonoscopia permite detectar e remover pólipos, lesões na parede do intestino que podem ser pré-cancerosas, reduzindo o risco de câncer e a mortalidade. Além disso, identifica o câncer em estágios iniciais, aumentando as chances de cura”, afirma.

Ela acrescenta que a colonoscopia é um exame abrangente para o diagnóstico de doenças do intestino grosso e reto, pois permite uma avaliação completa. “Por meio desse procedimento, é possível identificar condições como a presença de divertículos intestinais, doenças inflamatórias intestinais e o próprio câncer de intestino e reto”, destaca.

 

Apesar de o exame ser indicado para pessoas a partir dos 45 anos, conforme orientações de diversas sociedades internacionais, Bárbara Mascarenhas relata que alguns fatores de risco podem levar à indicação da realização precoce, como histórico familiar de câncer de intestino, certas condições hereditárias ou doenças que aumentem o risco de câncer.

De acordo com a médica, é indicado ainda que, caso o paciente apresente alguns sintomas de doenças colorretais, como alterações no padrão de evacuação, sangue nas fezes, dor abdominal, perda de peso não intencional e anemia por deficiência de ferro, ele procure avaliação médica, pois esses são sinais de alerta da doença.

 

Em relação à eficácia e segurança da colonoscopia, a endoscopista afirma que os recentes avanços tecnológicos têm contribuído para a detecção precoce de doenças. “Atualmente, utilizamos equipamentos que reduzem os riscos de complicações e aparelhos de alta definição que permitem uma avaliação mais precisa do intestino. Além disso, técnicas avançadas possibilitam a remoção segura de lesões, aumentando a eficácia do exame”, ressalta.

Apesar das tecnologias que auxiliam na detecção da precoce, segundo a especialista diversos obstáculos ainda dificultam a realização do exame. “A falta de compreensão sobre a importância do exame, o medo da dor, complicações e do diagnóstico de câncer, além da ansiedade e constrangimento, são barreiras comuns para a colonoscopia. Superá-las requer estratégias de conscientização sobre a importância e a segurança do exame para médicos e pacientes”, reforça.

 

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