Celulares, computadores, tablets e aparelhos de TV fazem parte da vida de grande parte das pessoas ao redor do mundo. Mas, de todas as faixas etárias, não há quem consuma mais as telas eletrônicas do que os jovens da geração Z. As pessoas nascidas entre 1997 e 2012, também chamados nativos digitais, desconhecem o mundo sem internet em alta velocidade e consumo desenfreado de informações.

 

Além dos efeitos psicológicos, sociais e cognitivos que esse consumo provoca, há estudos que alertam também para os perigos do uso de telas para a visão. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) apura que houve um crescimento de 70% nos casos de miopia entre crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, a partir de 2020. O motivo é unânime entre os profissionais: o excesso de telas é o causador do distúrbio.

 



 

“A luz artificial emitida pelos aparelhos provoca um ressecamento do globo ocular e um desgaste da retina. Além disso, as telas exigem uma proximidade dos olhos que provocam contrações seguidas dos músculos oculares, gerando também um esforço inadequado da vista. De forma prolongada, isto significa um aumento do diâmetro anteroposterior, que resulta na causa ou no agravamento da miopia”, afirma a médica oftalmologista, especializada em tratamento pediátrico do NEO Oftalmologia, Erika Yumi.

 

 

Por isso, o mais aconselhável, segundo ela, é que o consumo de telas seja severamente reduzido para evitar problemas na saúde dos olhos. Entretanto, Erika admite que essa medida é difícil no contexto atual. “É inevitável também afirmarmos o quanto as telas são importantes para quem estuda ou trabalha. É um contato maior porque a própria rotina exige. Então, o ideal é fazer pequenas pausas a cada 20 minutos e adotar hábitos de vida mais saudáveis. Ter uma alimentação saudável, rica em vitaminas e antioxidantes, por exemplo, é bastante importante, assim como a visita periódica ao oftalmologista”, pontua.

A oftalmologista Erika Yumi ensina que o ideal é fazer pequenas pausas a cada 20 minutos diante da tela e adotar hábitos de vida mais saudáveis

Vitor Goulart/Divulgação

 

Além das recomendações cotidianas, a médica também lista os tratamentos que atualmente visam a combater efetivamente a miopia, proporcionando mais qualidade de vida aos pacientes. “Há procedimentos eficazes contra a miopia, como a terapia com colírio de atropina, uso de lentes corretivas especiais com tecnologia de defocus periférico ou a adesão à ortoceratologia, que também é chamada de Ortho-K”, enumera. “Mas não é o caso de escolher um deles de forma aleatória. O oftalmologista é quem toma essa decisão, a partir do diagnóstico de cada paciente e um bom diálogo”, pontua.

 

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