O ato de brincar é um direito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e uma atividade essencial para os pequenos, reconhecida na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), mas que, principalmente na última década, tem disputado atenção com smartphones e tablets.

 

Ainda que os dispositivos eletrônicos possam oferecer conteúdos lúdicos e educativos, a interação com as telas não substitui o brincar tradicional. “O brincar é extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo, humano, da inteligência emocional e criatividade das crianças. O lúdico faz parte da vida de todo ser humano, mas hoje as crianças estão muito automatizadas devido à exposição excessiva às telas de forma passiva”, observa a coordenadora de pedagogia da Estácio Belo Horizonte, especialista em arteterapia, Beatriz Brusantin.

 




    

 

Ao encontrar um espaço de acolhimento, lúdico e rico em estímulos, com um acervo de brinquedos, jogos e outros materiais, como as brinquedotecas, as crianças ampliam sua base de desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo. “A brinquedoteca tem como caminho o aprendizado por meio da ludicidade e, quando está instalada em um ambiente universitário, conta com a coordenação de um docente do curso de pedagogia que, junto aos alunos, monitores e brinquedistas, propõe atividades de arte e educação”, descreve Brusantin.

 

Na brinquedoteca da Estácio Prado, Beatriz Brusantin coordena um projeto destinado a crianças de seis a 13 anos com espectro autista, em parceria com a Associação Unidas pelo Autismo. “O projeto consiste em atividades de arteterapia que promovem um salto de desenvolvimento nas crianças assistidas. A cada semestre disponibilizamos um número restrito de vagas para que a equipe dê todo o suporte necessário, por isso há uma fila de espera”, explica.

 

 

De acordo com a coordenadora, os encontros ocorrem às terças-feiras, de manhã, de tarde e à noite e, com apenas um ano de existência, o programa já colhe frutos. “Temos tido retornos muito positivos. O brincar assistido, no qual o adulto acompanha, auxilia e ensina, e as práticas de arte e trabalhos psicomotores que proporcionamos, contribuem para o desenvolvimento integral e artístico. Em nossa brinquedoteca as crianças autistas se sentem confortáveis, conseguem expressar seus sentimentos e pedem para frequentá-la. Isso é muito interessante e uma resposta ao nosso trabalho, pois algumas enfrentam desafios na socialização”, afirma.

 

A coordenadora acrescenta que o projeto tem caráter de formação e conscientização. “Além do brincar e da preservação da cultura lúdica, promovemos palestras e oficinas sobre autismo para o público geral e os estudantes de todos os cursos”, diz.

 

A Estácio também conta com uma brinquedoteca no campus Venda Nova, coordenada pela professora Flávia Alcântara, que realiza um trabalho destinado a crianças com deficiência.

 

Brinquedoteca, um espaço para o lúdico e a formação de futuros profissionais

 

Segundo Beatriz Brusantin, as brinquedotecas da Estácio BH são também um laboratório de práticas pedagógicas para os estudantes. “É um ambiente de ensino, pesquisa e extensão de projetos, construção de material didático e propostas inovadoras. As aulas práticas são fundamentais para desenvolver e estimular o raciocínio dos discentes, fortalecendo os conhecimentos, a autonomia pedagógica e o seu protagonismo”, declara.

 

A cada semestre um professor coordena o espaço e desenvolve atividades extensionistas a partir de um cronograma, um plano de ação que é aprovado nacionalmente. “As tarefas englobam oficinas de tecnologia, de formação pedagógica de disciplina de componentes transversais, como cultura africana e indígena, e projetos de apoio pedagógico”, pontua Beatriz Brusantin.

 

Mais informações: @brinquedotecas.estacio.bh. 

 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia

compartilhe