A recente morte do cantor Liam Payne reacende o debate sobre a saúde mental dos jovens, trazendo à tona a necessidade de atenção constante a essa causa. Embora as circunstâncias do falecimento ainda estejam sendo investigadas, o episódio destaca a importância da vigilância quanto aos sinais de sofrimento emocional, especialmente em uma geração cada vez mais pressionada por fatores sociais e pessoais.

Nos últimos anos, estudos têm revelado uma crescente fragilidade emocional entre os jovens. O Relatório Mundial da Felicidade, publicado pela ONU em 2024, mostra que a geração mais jovem está mais infeliz do que as anteriores, enquanto uma pesquisa da IPSOS deste mês reforça que esses jovens enfrentam um nível de estresse maior do que os mais velhos.



 

Segundo o especialista em felicidade e bem-estar, Rodrigo de Aquino, a sociedade tem falhado em criar um ambiente acolhedor para esses jovens, comprometendo seu senso de pertencimento e perspectiva de futuro. “A causa do Setembro Amarelo precisa ser defendida todos os dias. O Dia da Saúde Mental deve ser uma bandeira erguida durante os 365 dias do ano”, afirma.

Identificando sinais e buscando ajuda

 

A luta contra pensamentos suicidas é muitas vezes silenciosa, tornando difícil para os jovens e seus familiares identificarem sinais de alerta. Expressões de desesperança, como "não vale mais a pena" ou "ninguém vai sentir minha falta", são indicativos de que algo não está bem.

Rodrigo alerta sobre a importância da escuta ativa. “Precisamos criar espaços onde os jovens possam se sentir ouvidos, sem julgamentos, e incentivar a busca por ajuda profissional quando necessário”.

 

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional 24 horas por meio do telefone 188 ou do chat online. Além disso, a busca por psicoterapia ou acompanhamento psiquiátrico ajuda a lidar com problemas de saúde mental antes que se agravem.

O impacto da fama e das redes sociais

 

Figuras públicas como Liam Payne enfrentam a pressão da fama, o que agrava problemas emocionais já existentes. O cantor, que revelou no passado sua luta contra pensamentos suicidas, é mais um exemplo de como a fama pode ser um fardo difícil de carregar. A busca por manter uma imagem pública perfeita, combinada com o escrutínio constante da mídia, cria um ambiente emocionalmente desafiador para muitos artistas.

A fama, no entanto, não é o único fator que afeta a saúde mental dos jovens. Rodrigo ressalta que “os desafios enfrentados por figuras públicas muitas vezes espelham as dificuldades vividas por jovens comuns, expostos ao bullying nas redes sociais, à comparação constante com padrões irreais e à pressão por aceitação”. Essa realidade está cada vez mais evidente em estudos e pesquisas sobre a juventude moderna.

Promovendo acolhimento e resiliência

 

Como especialista em bem-estar, Rodrigo de Aquino também reflete sobre a necessidade de criar ambientes mais acolhedores para os jovens. “A sociedade precisa oferecer ferramentas e espaços onde eles possam compartilhar suas vulnerabilidades. A geração atual foi mais protegida de desafios, mas ao mesmo tempo, privada da oportunidade de desenvolver resiliência emocional”, comenta.

Para enfrentar essa crise, é necessário que, tanto o setor público quanto o privado, promovam iniciativas que visem o bem-estar emocional dos jovens. Redes de apoio, programas de prevenção e espaços de diálogo são fundamentais para que esses jovens se sintam incluídos e capazes de enfrentar adversidades de forma saudável.

A morte de Liam Payne é um lembrete de que a saúde mental deve ser uma prioridade constante. A luta pela vida e pelo bem-estar emocional dos jovens não pode se limitar a um mês no calendário. Como reforça Rodrigo, “precisamos de uma sociedade que defenda essa causa todos os dias, pois cuidar da saúde mental é salvar vidas".

 

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