O Estudo sobre Consciência Vacinal no Brasil, realizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público em parceria com a Universidade Santo Amaro (Unisa), aponta que um a cada cinco brasileiros já desistiu ou teve medo de tomar vacina após ler notícias negativas nas redes sociais. Essa onda de desinformação foi iniciada na pandemia do coronavírus, quando, segundo o IBGE, 11 milhões de brasileiros deixaram de se vacinar. O assunto se torna pertinente especialmente nesta quinta-feira (17/10), que marca o Dia Nacional da Vacinação.
Isso tem se estendido para vacinas de outras doenças que até então estavam erradicadas no país, como, por exemplo, a poliomielite e o sarampo, que tiveram uma queda na cobertura vacinal significativa em relação ao período de 2012 a 2022, de acordo com dados do DataSUS.
Coordenador médico da Sami Saúde, Alexandre Calandrini aponta que o avanço das fake news prejudicou o cenário vacinal brasileiro. “Somos mundialmente conhecidos por termos erradicado doenças graves como a poliomielite, rubéola e o sarampo. Não podemos deixar a desinformação tomar conta da população. Precisamos estar atentos com a nossa saúde no geral e, de preferência, buscar atendimento e suporte da Atenção Primária à Saúde, mais conhecida como APS”, afirma.
A Atenção Primária à Saúde, citada pelo especialista, se refere ao cuidado coordenado e o auxílio de ter um profissional da área da saúde dando um suporte contínuo, fazendo um acompanhamento eficaz, contribuindo para que as pessoas procurem apenas pronto-socorros e atendimento médico apenas em situações mais necessárias.
Alexandre ressalta que a vacinação é um dos pilares fundamentais na prevenção em saúde pública. “Mesmo com acompanhamento médico e cuidado coordenado, ignorar os esquemas vacinais compromete a efetividade de qualquer estratégia preventiva. As vacinas são essenciais para fortalecer o sistema imunológico e prevenir surtos. Portanto, manter-se atualizado sobre as vacinas não só protege individualmente, mas também reforça o compromisso com a saúde coletiva”, explica.
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Estar atento em possuir o esquema vacinal completo vale não apenas para as crianças, mas para os adultos também, já que, com a imunidade comprometida, muitas doenças podem ocasionar sequelas.
Quais vacinas o adulto deve tomar?
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza 19 vacinas em seu calendário para diferentes grupos, incluindo adultos a partir dos 20 anos, que devem se vacinar contra:
- Hepatite B: transmitida pelo sangue ou relações sexuais, pode ser assintomática ou se tornar crônica. A vacina é aplicada em três doses e é gratuita até os 24 anos. Grupos de risco não têm restrição de idade
- Tríplice Viral (SCR): protege contra sarampo, caxumba e rubéola com uma dose única. Não é indicada para gestantes e imunocomprometidos
- Dupla Adulto (DT): para difteria e tétano, a vacina é aplicada em três doses na infância, com reforços a cada 10 anos. A difteria afeta o sistema respiratório, enquanto o tétano causa espasmos musculares
- Febre amarela: agora recomendada para toda a população devido ao aumento de casos, especialmente entre 2017 e 2018. Uma segunda dose pode ser necessária dependendo do risco
- Influenza (gripe): necessária anualmente. Pessoas em risco podem precisar de uma segunda dose
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