Sabemos que a menstruação é uma parte natural da vida das mulheres, por isso, entender e identificar se está tudo dentro do esperado no ciclo menstrual pode ser um importante aliado para evitar problemas de saúde futuros e na identificação de problemas já existentes na saúde feminina.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% das mulheres em idade reprodutiva relatam irregularidades menstruais, por isso é importante destacar que é considerado uma menstruação normal quando o fluxo menstrual tem duração de até oito dias, com um intervalo que varia de 24 a 38 dias. Tendo um volume de cinco a 8 ml por ciclo. Então, qualquer sangramento que não tenha estas características é considerado anormal pelos médicos e deve ter atenção maior.
Para Ana Maria Crosera, diretora científica da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), algumas doenças e até mesmo o uso de alguns medicamentos podem estar relacionadas ao aumento do fluxo menstrual da mulher.
“Algumas destas causas para um sangramento anormal são pólipo, adenomiose, mioma, câncer, distúrbios da coagulação do sangue, distúrbios da ovulação ou pode ser causado pelo uso de medicamentos. Assim, é necessário que apresente a queixa ao médico para que ele possa estabelecer qual a causa.” destaca a Ana Maria.
Além disso, algumas alterações hormonais podem causar menstruações com fluxos abundantes, sendo causas importantes de sangramento uterino especialmente nos extremos da vida reprodutiva, sendo os primeiros dois anos após a primeira menstruação e próximo à menopausa.
Na adolescência, nos primeiros dois anos após a primeira menstruação, a irregularidade menstrual pode ser consequência da imaturidade das glândulas que controlam a secreção dos hormônios. É preciso lembrar que o sangramento anormal pode ainda ser uma consequência de problemas na coagulação do sangue, infecções, outras doenças que você possa ter, ou mesmo estar associado a uma gestação.
Já as mulheres com mais de 40 anos e até a menopausa, comumente apresentam irregularidades no padrão dos ciclos menstruais, decorrentes de flutuações na função das glândulas que secretam os hormônios que controlam o ciclo, mas também podem ter alterações na menstruação devido a doenças como miomas, pólipos e até câncer de útero. Assim, é necessário que apresente a queixa ao médico para que ele possa estabelecer qual a causa.
Consequências
A menstruação excessiva pode causar uma anemia e ou uma deficiência de ferro. Os sintomas da anemia incluem fadiga, fraqueza e tontura, mas qualquer alteração na rotina da mulher deve ser levada em consideração no momento do diagnóstico, é o que destaca Ana. “Mesmo que os exames de sangue se mantenham normais, se a mulher perceber um aumento da menstruação a ponto de causar alteração de sua vida, limitando trabalho, atividades esportivas ou sociais, também deve merecer tratamento.”
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Para as mulheres que desejam engravidar, a menstruação intensa pode afetar a fertilidade, dependendo do fator. “Dependendo da causa da menstruação intensa pode sim afetar a fertilidade, como por exemplo na síndrome dos ovários policísticos, doenças da tireoide, doenças da hipófise. Por isso é importante consultar seu médico para diagnosticar e tratar adequadamente as doenças e não subestimar o sangramento,” diz a médica.
Por fim, a especialista elaborou uma lista de perguntas essenciais para identificar problemas relacionados à menstruação.
- Você troca o seu absorvente interno ou externo a cada duas horas ou com mais frequência?
- Você precisa usar absorventes internos e externos de alta absorção ao mesmo tempo? Sua menstruação dura mais de oito dias?
- Você apresenta coágulos ou episódios de “vazamento” (início repentino de sangramento intenso) nas suas roupas ou na roupa de cama?
- Você tem episódios de sangramento após uma relação sexual ou sofre de dor pélvica e sangramento entre os períodos menstrual?
A partir desses questionamentos, é possível determinar o momento certo de se consultar com um médico para realizar o tratamento específico para a menstruação excessiva. Além disso, é fundamental manter consultas de rotina com o ginecologista para garantir a saúde de forma contínua.
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